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Reportagens |
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De Bons Sons
De Bons Sons
Jornal do Brasil
Sexta-feira, 15 de Junho de 2001
Som é tudo. Esta semana, na minha última leva da gravadora Revivendo, do Leon Barg, uma espécie de mistura de Rubem Fonseca com Ken Burns de nossa memória musical, lá está o som que um dia estivemos fazendo por aí. Jura, do Sinhô, com Mário Reis, de 1928 também. Terá sido junho? A sincronicidade jungiana com a gravação de Armstrong me faz acreditar, se não numa força maior, ao menos na possibilidade do Ziraldo não controlar inteiramente todo o destino da humanidade. Vou afobado na vitrola (sistema de som é coisa de desocupado) pulando de faixa em faixa, de CD em CD, como se estivesse ainda com 18 anos e entre as pedras do Arpoador. Aqui Dick Farney, anos Continental (anos 40, pois não?), som bonitinho, embora o Esquece, do Gilberto Milfont, sabe-se lá por quê, parece que foi gravado no fundo de um poço. E, maravilha das maravilhas, tangos na voz do Albertinho Fortuna, volumes 1 e 2. Anos 50 e 60, matrizes também da Continental. São mais de 40 versões. Floriano Faissal, Ghiaroni, Haroldo Barbosa. Albertinho escapou do poço. Tem até um jeitão hi-fi, ou seja, crush com gim Seager’s (diga Siga). Olha só, Jaguar, o som da versão de Mano a mano, do Ghiaroni:
Hoje tens os olhos cheios
de promessas enganosas
das amigas mentirosas
dos marchantes da ambição.
Tens o samba misturado
com as farras e o pecado
e o afã de uma grandeza
que faz pena e dá tristeza.
Isso é puro Ziraldo, nosso marchante da ambição. Deu Jung na cabeça de novo.
E o CD do bonérrimo Edu da Gaita? Sempre da Revivendo. Eduardo Nadruz era o nome dele. Cesar Ladeira, que apodava adoidado, batizou-o O Mago da Gaita. Era mesmo. Quem mais queria ser mago da gaita naquela época? Só Larry Adler, que, comunista (que é que há com os gaiteiros?), e amigo dos Gershwin, na hora da caça às bruxas macartista se mandou para a Inglaterra e continua aqui até hoje, bem menos mago que Edu. Edu conseguiu, nos idos de 50, realizar seu grande sonho e gravar o Moto perpétuo, de Paganini. Cento e cinqüenta compassos sem pausa. Um senhor feito. Mas Edu, para mim, será sempre o daquela mesa no Fiorentina, onde, com Mário Lago, ficavam os dois a conversar comunismos do mais alto gabarito. Até Roniquito respeitava a mesa.
Por Ivan Lessa
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