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Reportagens |
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Chico Viola
Até o dia 27 de setembro de 1952, eu achava que cantor brasileiro não morria. Daí, Francisco Alves foi e morreu num desastre de carro.
Al Jolson, que eu conhecia de filme e disco, mas achava que, na verdade, era o ator Larry Parks, tinha morrido em 1950.
Mas isso, na minha cabeça, como tanta coisa da época, era apenas mais uma coisa de americano.
Com certeza, na próxima semana, em um terceiro filme do ciclo biográfico da Fox, Jolson surgiria cantando com a cara, o corpo e os trejeitos do Larry Parks.
Francisco Alves foi meu primeiro cantor brasileiro morto. Morreu num sábado na estrada entre Rio e São Paulo.
Nos rádios ligados – e estavam todos ligados – só tocavam Cinco letras que choram (Adeus), do Silvino Netto, o popular comediante mais conhecido como Pimpinela.
Na segunda-feira, Francisco Alves foi enterrado no cemitério São João Batista, no Rio. Foi o maior engarrafamento de trânsito em muitos anos.
Nas rádios, o repertório de Chico Alves foi aumentando. Neste ponto, sou obrigado a confessar que Chico Alves não era meu cantor favorito.
Por cantor favorito entenda-se que a escolha se limitava a Sílvio Caldas, Orlando Silva e o falecido. Eu era do time do Sílvio Caldas, apodado "o Caboclinho Querido". Inclusive em matéria de repertório.
Aquarela do Brasil e Boa Noite, Amor, no meu entender, eram infinitamente superiores às gravações do "Rei da Voz".
Na época, Orlando Silva ("o Cantor das Multidões") ainda não havia gravado nem uma nem outra, não havia como comparar.
Tinha um camarada chatíssimo, João Dias, que cantava igualzinho ao Chico Viola, só que não chegava lá em cima, nos agudões, onde a coisa fica mais complicada.
Hoje em dia, o que tiver de Chico Alves, eu quero.
Saiu, pela simpática etiqueta Revivendo, de Curitiba, uma caixa com quatro CDs do Francisco Alves em quatro de suas manifestações em disco (ele gravou 983 fonogramas): seresteiro, sambista, carnavalesco e cantor de versões – esta última encarnação terrível de aguentar. Mas eu aguento, ouço e reouço.
Nesse meio século, aprendi algo muito importante: cantor brasileiro morre. Vou mais longe: todo mundo morre. Na vitrola – sim, vitrola – pois, Cinco letras que choram.
Ou melhor, O silêncio do cantor, de David Nasser e Joubert de Carvalho, que Sílvio Caldas gravou depois, ou o Chico Viola, de Wilson Batista e Nássara.
Ivan Lessa
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