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Crônica de Sorocaba - Mamãe, Eu Quero

CRÔNICA DE SOROCABA - Mamãe, eu quero 
 
 
 
"Já que tens, ó, Vassourinha, 
Já que tens, ó, Vassourinha, 
De varrer, triste condão!, 
Anda cá, ó, pobrezinha, 
Anda cá, ó, pobrezinha, 
Vem varrer meu coração!" 
 
 
O SEXTETO acima integra a letra da conhecida marchinha carnavalesca "A Vassourinha". Bem, conhecida, pelo menos, e muito e muito popularíssima, em anos seguintes a 1912, quando Felipe Duarte e Luís Filgueira tiveram sua composição gravada pela dupla Eduardo das Neves e Risoleta. Antes, ainda, houvera, já, no final dos oitocentos, a precursora "Abre Alas", da, agora, hoje, mais uma outra vez, e, com não menor merecimento, celebrada Chiquinha Gonzaga. Aprendi que as saudosas marchinhas carnavalescas, de que até nossos dias guardam memória, tiveram a primeira origem em Portugal, com as marchas propriamente ditas: militares, patrióticas, religiosas. Marchas havia que eram hinos, cantigas de roda, juninas, natalinas – por que não carnavalescas? Ranchos, cordões, blocos, logo viram surgir a "marcha de rancho" que resultou nas marchinhas que tiveram seu apogeu entre as décadas dos vintes e dos sessentas. Daí para cá, foi o que se vê.  
 
Nas primeiras décadas do século que expira, o "Cordão Carnavalesco" afama-se. "In illo tempore", as gravações exigiam, dos intérpretes das melodias, competência física de voz verdadeira. Nada não bastava afinar: necessário se fazia afinar e engrossar. O processo era o mecânico. Sem a tonitruância barítona, o disco não se gravava.  
 
O leitor habituado, a leitora, desabituada, virá, virão, a altura destas, indagando-se de onde busquei as informações que informo. Em verdade, não me atenho, conquanto admire, à faina da pesquisa histórica de nossa música popular. Entretanto, conheço quem o faça. E, em Sorocaba, podemos, todos, gloriar-nos, sem vanglória, de contarmos com nada ninguém menos que o ilustre professor Abel Cardoso Júnior, um especialista nacionalmente respeitado. Esta semana, Abel esteve ensinando e encantando a platéia na noitada do "Poesia em Debate", nosso encontro literário mensal realizado no último dia do fevereiro bissexto.  
 
Abel profere suas conferências com o mesmo carinho abnegado a que se atiraria um professor de primeiras letras. Ensina a circunstância histórica, sem jamais se esquecer do panorama político. Explica quem foram os músicos que cita, sua importância no desenvolvimento de nosso cantar do povo. Reconta as passagens saborosas, envolvendo artistas, suas obras, causos coletados – e criteriosamente confirmados – junto a amigos, familiares, e, por vez, os seus próprios protagonistas.  
 
E, eis que lá nos encontrávamos, a escutar, embevecidos, gravações originais, como a de "A Baratinha", sucesso de Mário São João Rabelo, na voz do popular Baiano, nos entãos de 1917:  
 
 
"Chega, chega, minha gente, 
Que o choro vai começar! 
Repara como é gostoso 
Este samba de matar!  
 
A baratinha, a baratinha, 
A baratinha bateu asas e voou! 
A baratinha, Iaiá, 
A baratinha, Ioiô, 
A baratinha bateu asas e voou.  
 
Perna de porco é presunto, 
Mão de vaca é mocotó. 
Quem quiser viver feliz, 
Deve sempre dormir só!"  
 
 
Ah, a "vox populi"! Nem será sem motivos que as marchinhas, por suas letras ou suas melodias, quando não, por ambas, caíram certo no gosto das gentes. Quem pensa que não, duvide; há quem se agrade em descrer por tão-somente não admitir. Mas, a apenas leitura do estribilho de "Ai, Filomena", de J. Carvalho Bulhões, gravada também por Baiano, em 1915, mostra o quão o fenômeno se nos entranhou n`alma:  
 
 
"Ai, Filomena, se eu fosse como tu, 
tirava a urucubaca da careca do Dudu".  
 
 
O leitor sorridente, a leitora boquiaberta, ou, por que não?, o boquiaberto leitor, a leitora sorridente, poderão talvez desconhecer a letra dos versos, mas, provavelmente, terão percebido a canção neles embutida, e que roda por toda roda, com variação pornográfica. Nada não importa.  
 
 
"Eu tenho uma tesourinha 
que corta ouro e marfim. 
Guardo também pra cortar 
línguas que falam de mim."  
 
 
É Sinhô, em "O Pé de Anjo", gravado em 1920 por Francisco Alves. Grandes nomes, como o louvado Chico, não hesitavam em fazer as gravações. Mesmo, e até, por isso, mesmo, quando a chamada "alma do povo" se erguia, nelas, sem peias; veja-se o último verso da mesma marchinha de Sinhô:  
 
 
"A mulher e a galinha 
são dois bichos interesseiros. 
A galinha, pelo milho. 
A mulher, pelo dinheiro."  
 
 
Eram tempos pré-feministas, não ainda havia brotado, de mentes, o "politicamente correto". Não sei de marchinha carnavalesca entoando coisas como "Jesus Cristo, eu estou aqui", o que não as tornava menos belas, e nem, por isso, perdiam em graça e delicadeza.  
 
Abel Cardoso Júnior transformou-nos, aquela noite, em felizardos escolhidos. Não vimos o tempo passar e vimos o quanto o tempo passa, envelhecido leitor, leitora rejuvenescida, a todos, todo o tempo todo.  
 
Abel é um jovem provecto: vinda de sua boca, a história das marchinhas recuperava-lhes o frescor dos tempos áureos. "Sai da Raia" (Sinhô); "Ai, Amor" (Freire Júnior, por Baiano); "Dá Nela" (Ari Barroso; mandava bater, mesmo!); "Pra Você Gostar de Mim" (Joubert de Carvalho, por Carmen Miranda; é a famosa "Taí"); "Teu Cabelo Não Nega" (Lamartine Babo-Irmãos Valença, por Castro Barbosa; há quem veja, nela, racismo: "Mas, como a cor não pega, mulata/Mulata, quero o seu amor..."); "Marchinha do Amor (Lamartine, por Chico Alves e Mário Reis); "Linda Morena" (Lamartine); "Formosa" (Nássara-J. Ruy, por Chico e Reis: "Foi Deus que te fez formosa, formosa, formosa,/porém, este mundo te tornou presunçosa, presunçosa..."), "Maria Rosa" (Nássara, por Chico), "História do Brasil" (Lamartine, por Almirante), "Pierrô Apaixonado" (Noel Rosa-Heitor dos Prazeres, por Joel e Gaúcho); "Mamãe, Eu Quero" (Jararaca-Vicente Paiva; desta, Abel revela história saborosa: ninguém queria gravar música tão "boba", levando o próprio Jararaca, o da dupla com Ratinho, a fazer a gravação, sob a ironia dos próprios músicos que o acompanhavam no estúdio; a marchinha "estourou": Carmen Miranda gravou-a em 1939; gravaram-na as "Andrew Sisters" e Bing Crosby, não sei bem dizer o que acho disto; mas sei que a marchinha se tornou a mais famosa delas no mundo inteiro; também, mamãe, quem não quer?); "A Jardineira" (Benedito Lacerda-Humberto Porto, por Orlando Silva: "Você é muito mais bonita/que a camélia que morreu"...), "Aurora" (Roberto Roberti-Mário Lago; Mário é maldito por ter feito "Amélia" passar fome e ninguém se lembra de que ele quis fazer de "Aurora" uma madame..., por Joel e Gaúcho); "Alá-Lá-Ô" (Haroldo Lobo-Nássara, por Carlos Galhardo: "Mas, que calor!"); "Nós, os Carecas" (Arlindo Marques Júnior-Roberti, pelos Anjos do Inferno: "É dos carecas que elas gostam mais..."); "Quem É o Tal?" (Ubirajara Nesdan-Afonso Teixeira, por Petra de Barros); "Cordão dos Puxa-Sacos" (Roberto Martins-Frazão, pelos Anjos do Inferno: "...cada vez aumenta mais!"); "Pirata da Perna de Pau" (João de Barro, por Nuno Roland: "...do olho de vidro,/da cara de mau!"); "A Mulata é a Tal" (João de Barro-Antônio Almeida, por Rui Rei); "Balzaqueana" (Nássara-Wilson Batista, por Jorge Goulart); "Marcha do Caracol" (Peter Pan-Afonso Teixeira, pelos Quatro Ases e Um Coringa); "Fanzoca do Rádio" (Miguel Gustavo, por Carequinha).  
 
Assim.  
 
No roldão das celebráveis, celebradas atividades oficiais da cultura em Sorocaba, baralhou-se a divulgação merecida pela palestra do professor ilustre, mas não o brilho indefectível com que a proferiu, e nem a emoção intransmissível com que a pudemos, os privilegiados que lá nos encontrávamos, usufruir.  
 
E, para que não pairem dúvidas quaisquer sobre coisas nenhumíssimas, o estribilho da susa "A Vassourinha":  
 
 
"Rica vassoura, ai, quando serás minha? 
Queres de Abano passar a varredor? 
Varre, varre, linda Vassourinha! 
Abana, abana, meu abanador!  
 
 
Paulo Tortello é Poeta. Fone/Fax: (15) 231-8218. 
E-mail: tortello@zaz.com.br  
 
 
 
Canto à Língua Portuguesa  
 
Canto a Língua Portuguesa, 
balbucio de criança, 
sutil correnteza, 
estranha certeza, 
prepúcio, púbis, pelanca.  
 
Canto a Língua e uma certeza: 
se a Língua se toca e se manca, 
a Língua é beleza, 
tamanha dureza, 
delícias, dúvidas mansas.  
 
Canto a Língua com que canto, 
a Língua em que desvario, 
aurora senil, 
estrela, peçonha, 
criança (aquela do início),  
 
Canto o canto com que a Língua 
desvaria pela boca 
e remorre à míngua 
e recorre assim, 
ser tão céu, mar, precipício.  
 
Canto a Língua que me chama, 
a Língua louca, em delírio, 
de luz, vela, chama 
para ver-se chama, 
para ver se vê-se lírio.  
 
Canto a Língua Portuguesa, 
Mare Nostrum, Ribeirinha, 
mia branca e vermelha 
que vus non vi fea, 
filha de don Paay e minha.  
 
Canto a Língua, minha mãe, 
que eu me nino e ela me nina, 
que é minha e que é manha, 
quietinha e gadanha, 
que é Língua que a Língua ensina.  
 
Canto a Língua longa, a Langue, 
a Lenha, Lua a luzir 
na noite tamanha 
da Fala tacanha 
que dela eu sei traduzir.  
 
Canto a Língua além da Langue, 
a Além-Língua, além de mim, 
essa Língua exangue, 
no pântano do Sem-Fim.  
 
(Fênix, renasce, Princesa, 
dileta, precisa, linda, 
Língua Portuguesa,  
vinho e pão na mesa 
e aquela certeza ainda.)  
 
 
Paulo Tortello  
 


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