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El Principe Negro
Mais uma historinha dessas do interior. Estive conversando com D. Gualberta Alcunhã, viúva argentina do Príncipe Negro para confirmar algumas informações tiradas de jornal e outras fontes, no asilo Padre Euclides. Há uma rua no bairro periférico de Presidente Dutra com o nome de Príncipe Negro e uma placa em sua homenagem no Museu de Ordem Geral Plínio Travassos dos Santos, no campus da USP.
Euclides de Araújo Senna nasceu em Cravinhos, em 3 de maio de 1901. Começou a estudar música quando criança. Começou na flauta depois aprendeu a tocar saxofone muito bem. Tinha o apelido de Borracha por causa das gambiarras com borrachinhas de prender dinheiro que fazia no sax. Foi descoberto por Pixinguinha aos 14 anos, e aos 15, em 1926, acompanhou Os Batutas em viagem a Paris. Porém, como ainda era muito novo, não suportou a distância da família e dos amigos e pediu para voltar. Teve que ser despachado de volta para o Brasil em um cargueiro para não pagar passagem o pobre garotinho. Ficou bastante popular em Ribeirão Preto quando integrava o grupo Jazz Band Bico Doce nos anos 20. Amante do sucesso, transferiu-se para São Paulo, voltando a Ribeirão Preto anos depois com a Companhia de Raul Roulien, dirigindo a orquestra dos Red Devils, fazendo curta temporada no Theatro Carlos Gomes, o principal teatro da cidade. Deixando esta companhia, seguiu para a Argentina em 1929 ou 1930, segundo o que me contou a sua viúva. A seguir percorreu toda a América do Sul, América Central e Europa. Grande saxofonista, bom cantor e excelente dançarino, recebeu o título de El Principe Negro no México, tamanha a sua popularidade. Em 1931 casa-se em Buenos Aires com D. Gualberta, ou Madame Berta, como todos a chamam.
Depois de vinte e dois anos de sucesso no exterior foi contratado pela TV Tupi para uma série de apresentações. Tenho a informação, inclusive, de que ele teria participado da 1a transmissão. Permaneceu 8 anos em São Paulo, mas apresentou-se em Ribeirão Preto em 1952 no Cine São Jorge e em algumas ocasiões na Sociedade Recreativa de Esportes, clube da elite. Excursionou em seguida pelo triângulo mineiro, fazendo apresentações acompanhado por Tinir e Armandinho. Ao voltar a São Paulo foi contratado pela Rádio Nacional, onde ficou cerca de 3 anos. A partir de 1963, em Ribeirão Preto, passa a trabalhar como instrutor da banda de música do Educandário Quito Junqueira, instituição de assistência a menores carentes. Esta foi considerada uma das melhores bandas da cidade neste período. Apresentou-se em várias cidades do interior e na capital. Em 1971 recebe o título de Cidadão Café da Alta Mogiana. Em 1972 Euclides se apresenta no Programa Flávio Cavalcanti. Em 1973 aposenta-se novamente e cria o grupo El Principe Negro y Sus Azes, continuando as suas apresentações na TV, shows e bailes.
O Príncipe, porém, foi enterrado em 1976, acompanhado de poucos amigos e nenhuma autoridade.
Thaty Mariana Fernandes
Ribeirão Preto, SP
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