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Curiosidades
Histórias do Carnaval Parte XVI

Ensaios de Carnaval por Leonardo Dantas Silva

MÚSICA TEM FONTE SEMI-ERUDITA


Denominado inicialmente de "marcha", e, posteriormente, de marcha-carnavalesca-pernambucana" e, por alguns compositores, até os nossos dias, de "marcha-frevo", a exemplo de Levino Ferreira e Edgard Moraes, o frevo como música tem suas origens nos repertórios das bandas militares e civis existentes no Recife na segunda metade do século XIX: O Maxixe, o tango brasileiro, a quadrilha e, mais particularmente , o dobrado e a polca-marcha, combinaram-se, fundiram-se dando como resultado o frevo, ritmo popular ainda hoje em franca evolução rítimica e coreográfica.
Inicialmente, tais composições possuíam letras, como é o caso do famoso dobrado "Banha Cheirosa". O maestro Francisco Correia de Crasto, da Jazz Band Acadêmica, em depoimento pessoal, diz ter encontrado na cidade de Bom Jardim (Pernambuco) partitura datada de 1873, com a marcha d`"O Homem da Madrugada" daquele município. Em compasso binário, andamento allegro, a segunda parte da melodia é totalmente igual à Marcha n.º 1" do Clube Vassourinhas, composta em 1909 por Matias da Rocha e Joana Batista, cujos primeiros versos foram, possivelmente, adaptados de cantiga popular de origem portuguesa e que hoje poderia ser classificada como frevo-canção.
Tanto a "Marcha n.º 1" (1909) quanto "Eugênia", esta composta em 1907 por Manuel Guimarães, ambas pertencentes ao arquivo do Clube Carnavalesco Vassourinhas, possuem letras que eram cantadas por seus simpatizantes quando em desfile pelas ruas da cidade.
Informa o musicólogo Guerra Peixe, em artigo publicado no jornal A Gazeta (São Paulo), sob o título "A música e os passos no frevo", edição de 26 de dezembro de 1959:
"As marchas mais antigas que se conhecem eram cantadas, como ainda hoje ocorre nos agrupamentos populares recifenses chamados "blocos", nos quais participam alguns poucos instrumentos de sopro e de percussão, enquanto um enorme coro canta sob fundo harmônico de grande número de violões. Num dos carnavais que passei no Recife pude contar oitenta vilões, num dos blocos desse tipo. E foi inspirado nas marchas dessa espécie que o compositor Nelson Ferreira escreveu "Evocação" [1957], sucesso carnavalesco em todo Brasil, subintitulando sua composição "frevo-de-bloco"- pois essa explicação atenderia às finalidades da discografia comercial. De qualquer forma, a imitação das marchas de bloco é das mais felizes que conheço. Bem, depois do aparecimento das primeiras marchas pernambucanas, todas cantadas, os compositores e executantes, foram introduzindo nelas `o molho` que estimulasse os passistas. Deformaram tanto a maneira inicial da marcha que esta acabou tomando a feição que agora se conhece na marcha moderna (ou seja, "marcha-frevo" ou "frevo-de-rua"). Todavia, como nem todo popular pode ser sócio de algum clube que no carnaval contrate músicos para executarem o repertório carnavalesco e como as marchas dos blocos são uma espécie de propriedade dos mesmos, com execução exclusivas; é preciso então que se façam marchas cantadas ("frevos-canções", na discografia), que são tão legítimas como as instrumentais - ou talvez mais autênticas, pois sua aceitação alcança o povo em geral e, ainda, são adotadas nos clubes.
A música do frevo não é folclórica, mas de fonte semi-erudita, muito embora de caráter popular e destinada ao povo. Os passos, porém, são de invenção anônima e diversos deles já se encontram perfeitamente tradicionalizados, e até com curiosas designações, igualmente formadas na tradição. A dança é, portanto, absolutamente folclórica.
Nos anos 30, com a popularização do ritmo pelas gravações em disco e sua transmissão pelos programas do rádio, convencionou-se dividir o frevo em Frevo de Rua (quando puramente instrumental), Frevo Canção, (este derivado do ária, tem uma introdução orquestral e andamento melódico, típico dos frevos de rua) e o Frevo de Bloco. Este último executado por orquestra de madeiras e cordas (pau e cordas, como são popularmente conhecidas), é chamado pelos compositores mais tradicionais de marcha-de-bloco (Edgard Moraes, falecido em 1975), sendo característica dos "Blocos Carnavalescos Mistos" do Recife. Este folguedo carnavalesco, originado dos ranchos de reis e do pastoril, sai nos dias de carnaval com orquestra formada por violões, violinos, cavaquinhos, banjos, clarinetes, contrabaixos, percussão; aparecendo nos dias atuais alguns metais (tubas, saxofones, bombardino e trompetes) em face da necessidade de se fazer ouvir a orquestra, indispensável no acompanhamento do coro.
No Frevo de Bloco está a melhor parte da poesia do carnaval pernambucano, diante do misto da saudade e evocação que contém nas letras e nas melodias de grande parte de suas estrofes. Como "Evocação"(1957), de Nelson Ferreira (1902-1976):

"Felinto, Pedro Salgado,
Guilherme, Fenelon,
Cadê teus blocos famosos?
Bloco das Flores,
Andaluzas, Pirilampos, Apôis Fum!
Dos carnavais saudosos?!"

Como o frevo-de-bloco, o frevo-canção também possui uma letra que vem logo a seguir da introdução orquestral. Tão velho quanto o frevo-de-rua, o frevo-canção é responsável pela grande animação dos salões e das multidões que acompanham as Freviocas durante os quatro, cinco e até dez dias de carnaval.
O frevo-de-rua, muito embora seja uma constante em todos os salões durante os dias de carnaval, foi feito inicialmente para ser executado a céu aberto. Na rua, como a sua denominação está a exigir. Sua base melódica é responsável pela coreografia do passo e pela movimentação das multidões não só do Recife, como de Olinda e ou outras cidades pernambucanas.
Executado pelas orquestras dos clubes e das troças (um clube carnavalesco em menor dimensão que sai durante o dia), necessita na sua plenitude de uma verdadeira banda de música: Requinta em mi bemol; cinco clarinetos em si bemol; dois saxofones-alto em mi bemol; dois saxofones tenor em si bemol; sete trompetes em si bemol; dez tambores em dó; dois tubas em mi bemol; tuba em si bemol; bombardino em dó; caixa-clara; caixa-suda, pandeiro; reco-reco, ganzá, num total de 36 músicos que pode ser acrescido ou reduzido dentro das conveniências e posses do contratante.
O frevo-de-rua é composto de uma introdução geralmente de 16 compassos seguindo-se da chamada "resposta", de igual número de compassos, que por sua vez antecede a segunda parte, que nem sempre é uma repetição da introdução. Divide-se o frevo-de-rua, segundo terminologia usada entre músicos e compositores, em frevo-de-abafo (chamado também frevo-de-encontro) onde predominam as notas longas tocadas pelos metais, com a finalidade de diminuir a sonoridade da orquestra do clube rival; frevo-coqueiro, uma variante do primeiro formado por notas curtas e agudas, andamento rápido, distanciando-se, pela altura, do pentagrama, o frevo-ventania é de uma linha melódica bem movimentada, na qual predominam as palhetas na execução das semicolcheias, ficando numa tonalidade de intermediária entre o grave e o agudo; o terceiro tipo no qual trabalham os novos compositores, é o chamado frevo-de-salão que é um misto dos três outros tipos e, como o nome está a dizer, é justamente como o frevo ventania, executado única e exclusivamente nos salões, por explorar muito pouco os metais da orquestra, em favor da predominância das palhetas.
O frevo vem conquistando fronteiras, tentando integrar-se ao movimento de Música Popular Brasileira, sendo composto até por não pernambucanos, como Caetano Veloso, Moraes Moreira, Gilberto Gil, Edu Lobo, Chico Buarque de Hollanda, Maranhão, dentre outros, para não falar na lista interminável de compositores naturais ou radicados em Pernambuco que fizeram do Recife a Capital do Frevo.
Falando sobre essa expansão, Capiba (Lourenço da Fonseca Barbosa), um dos mais premiados e bem-sucedidos compositores do carnaval pernambucano, assim se expressa: "Vivemos uma época de vibração e comunicação, e sendo assim, nada melhor que o frevo para aproximar nossos irmãos. O frevo é o ritmo comunicativo, que nasceu do povo, para o povo; e é por isso que ele está aproximando todos os brasileiros numa só `onda`, num só `passo` ao som do vibrante ritmo sincopado que nasceu em Pernambuco".

SUPLEMENTO CULTURAL
Diário Oficial. O Estado de Pernambuco.
Ano X. Fevereiro de 1997.

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