Aquarela do Brasil...
ARY BARROSO (1903-1964), autor de tantas páginas clássicas de nossa música popular, era mineiro da cidade de Ubá. Seu primeiro grande sucesso foi a marcha Dá Nela, no carnaval de 1930, gravada por Francisco Alves, ganhadora do concurso carnavalesco promovido pela Odeon, no Teatro Lírico.
É de Ary a música brasileira mais divulgada em todo o mundo, Aquarela do Brasil, tanto que, até hoje, continua sendo a mais regravada pelos mais diversos intérpretes e conjuntos estrangeiros, havendo no mercado pelo menos 140 regravações diferentes à venda.
Aquarela do Brasil, com o qual inaugurou o gênero de samba-exaltação, cuja característica é a grandiloqüência tanto vocal quanto orquestral, foi lançada em 1939, pela atriz Aracy Côrtes na revista musical Entra Na Faixa, no Teatro Recreio. Pouco depois, seria cantada pelo tenor paulista Cândido Botelho, no espetáculo Joujoux e Balangandãs, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, levado à cena apenas com pessoas da alta-sociedade carioca. Para gravá-la, porém, Ary preferiu Francisco Alves, que a cantou acompanhado por Radamés Gnattali e Sua Orquestra, autor da orquestração.
Ocupando os dois lados do disco, essa primeira gravação com o Rei da Voz saiu em disco Odeon em outubro de 1939, comemorando, portanto, 60 anos, data que certamente será registrada pelos meios de comunicação.
Depois do Hino Nacional Brasileiro, com melodia de Francisco Manuel da Silva e letra de Duque Estrada, algumas músicas populares podem ser consideradas como verdadeiros símbolos de nossa terra e nossa gente: O Luar do Sertão, de Catulo e João Pernambuco, Tristezas do Jeca, de Angelino de Oliveira, Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, e Aquarela do Brasil, de Ary Barroso.
Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
A REVIVENDO, no CD. 40, Ary Barroso, O mais Brasileiro dos Brasileiros, relançou essa gravação original de Francisco Alves, ainda a melhor de todas, desde que foi composta há 60 anos.
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