CARLOS NOBRE
CARLOS NOBRE, no registro Carlos Nobre Chatelain, nasceu na cidade de Vila Velha, Estado do Espírito Santo, em 6.6.1934, no bairro de Paul, na Rua do Cisco. Filho de Antônio Nobre Filho e Andréa Margareth Chatelain, de ascendência francesa. Seu pai trabalhava na companhia de petróleo Texaco. Carlos teve uma irmã e quatro meios-irmãos por parte de pai.
Fez o curso primário no Grupo Escolar Graciano Neves, em Paul, e continuou seus estudos na Academia de Comércio de Vitória. Tinha 12 anos quando com amigos do bairro, formou o conjunto Amantes do Samba, que seguia o estilo dos Demônios da Garoa. No conjunto tocava ganzá e tantã. Trabalhou como balconista do Empório Capixaba, entregador de alfaiataria e vendedor de salgadinhos no Cais das Lanchas. Prestou o serviço militar, em 1952, no Rio de Janeiro, os primeiros três meses no Forte de Copacabana, após o que optou pela carreira artística, como cantor de casas noturnas. No Danças Brasil fazia as folgas de Jamelão. Era também crooner da Orquestra de Ruy Rey. Ficou um ano no Dancing Avenida e também se apresentava na boate Bolero, que ficava na Avenida Atlântica. E cantava em bailes com o conjunto de Chiquinho do Acordeon.
Freqüentava sempre os programas de calouros. Cantou no Samba e Outras Coisas, programa de Henrique Batista, irmão de Marília Batista, no Pescando Estrelas, de Arnaldo Amaral, que havia sido cantor e galã de cinema, e no célebre programa de Ary Barroso, este já no início da televisão, em 1957, na Tupi. Ary concedeu-lhe o 2o lugar, explicando-lhe, particularmente, que era melhor que o 1o, que ele iria dividir entre 5 ganhadores. Lembra-se de que, nessa noite, interpretou uma música do repertório de Francisco Carlos, Tudo Me Lembra Você.
Durante 3 anos pertenceu ao elenco da Rádio Mayrink Veiga. Em 1955, Cyro Monteiro levou-o até Alfredo Schutz, diretor-artístico da Polydor, para gravar seu primeiro disco, com Toada de Amor e Porque Não Vens, composições de Peterpan. Nesse ano, só faria mais um disco na Polydor, pois ingressa em seguida na Todamérica, graças a Haroldo Eiras, compositor e produtor musical. Seu primeiro disco pela Todamérica sai em março de 1956, trazendo os sambas O Mesmo Mar, de Luiz Antônio e Ari Monteiro, e Se Depender de Mim, de Haroldo, ambos neste CD, nas faixas 5 e 7. No total, fez 8 discos de 78 rotações na Todamérica sem obter aquele sucesso estrondoso com que sonha todo iniciante.
Então, a convite do compositor Adelino Moreira, em grande evidência, ingressa na RCA-Victor e consegue, logo no disco de estréia, um sucesso extraordinário, o samba-canção Ciclone, seu carro-chefe, até hoje procuradíssimo, de autoria de Adelino.
Estava com o nome feito. Em 1959 e 1960, a TV-Record confere-lhe o Prêmio Chico Viola, em virtude das vendagens de Ciclone e Amor em Serenata (faixa 21).
Tinha se casado, em 1957, com Darcy Rodrigues, com a qual teve dois filhos: Paulo César, professor de Matemática, e Andréa, que cursa Direito. Paulo César é afilhado de crisma de Dolores Duran, grande amiga de Carlos Nobre.
Em sua vitoriosa carreira, registra a gravação de 24 discos em 78 rotações com 48 músicas, na Polydor, Todamérica, RCA-Victor e Fantasia, mais 7 LPs. na RCA-Victor, 1 na Continental e 1 na Copacabana, além de vários compactos, inclusive na Mocambo.
Carlos Nobre reside no Rio de Janeiro, na Vila Kosmos, sendo eternamente grato a todos os que o apoiaram e apóiam. Continua a se apresentar para os inúmeros admiradores que, de toda parte, requerem sua presença romântica, porque sabem valorizar a música verdadeiramente.
O texto acima não representa a biografia completa do artista, mas sim, partes importantes de sua vida e carreira.
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