ARACI CORTES
Zilda de Carvalho Espíndola, cantora e atriz, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 31/3/1906. Filha do chorão Carlos Espíndola, até os 12 anos morou no bairro do Catumbi, onde foi vizinha de Pixinguinha. Após alguns anos vivendo com a madrinha, deixou a família aos 17 anos, passando a atuar em circos. Cantava e dançava maxixes no Circo Democrático, da Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro, quando foi descoberta por Luís Peixoto e levada a fazer teatro de revista. Com o pseudônimo de Araci Cortes, que lhe foi dado por um jornalista de A Noite, fez grande sucesso nas décadas de 1920 e 1930. Sua estréia ocorreu em 1922, na revista Nós pelas costas, de J. Praxedes, com música de Pedro Sá Pereira, no Teatro Recreio, do Rio de Janeiro. Foi responsável pelo lançamento de diversos compositores em revistas da Praça Tiradentes, como Ari Barroso, Zilda do Zé, Benedito Lacerda e outros. Em 1923 já era intérprete consagrada, com o sucesso do samba Aí, madama, incluído na revista Que pedaço, de Sena Pinto, com música de Paulino Sacramento, no Teatro Recreio. Em 1928, atuou na revista Miss Brasil, de Luís Peixoto e Marques Porto, cantando o samba-canção Iaiá (Linda Flor), com música de Henrique Vogeler, e uma terceira letra, Iaiá, ioiô, já então de Luís Peixoto. A peça foi sucesso em dezembro de 1928 e janeiro de 1929, e sua interpretação dessa música, gravada na Parlophon, chegou a fazer sucesso no Carnaval de 1929. Ainda em 1928, na peça Microlândia, de Luís Peixoto, Marques Porto e Afonso de Carvalho, com música de Serafim Rocha e Sinhô, fez com grande êxito o lançamento do samba amaxixado Jura (Sinhô). Na revista Laranja da China, de Olegário Mariano, com música de Júlio Cristóbal, Pedro Sá Pereira e Ari Barroso, encenada no Teatro Recreio, interpretou o samba Vamos deixar de intimidade, responsável pelo lançamento de Ari Barroso como compositor. Em 1932, na revista Angu de caroço, de Carlos Bittencourt, Luís Iglésias e Jardel Jércolis, estreada no Teatro Carlos Gomes, apresentou-se com grande êxito, ao lado de Sílvio Caldas, interpretando o samba Mulato bamba (Ari Barroso), e em 1939, novamente no Teatro Recreio, atuou na revista Entra na faixa, de Luís Iglésias e Ari Barroso. Apesar da intensa atividade artística, sempre destacando-se como atriz e cantora, em 1943 deixou o palco, retornando dez anos depois, com o mesmo sucesso. Em 1965 o poeta e compositor Hermínio Belo de Carvalho promoveu sua volta ao palco, no show Rosa de ouro, no teatro Jovem, do Rio de Janeiro, no qual se apresentou ao lado de Paulinho da Viola e Clementina de Jesus. Entre os seus grandes sucessos como cantora, estão ainda Quem me compreende (Bernardino Vivas e Ari Barroso), Tem francesa no morro, maxixe que marcou a estréia de Assis Valente como compositor, e Os Quindins de Iaiá (Pedro Sá Pereira e Cardoso de Meneses).
Fontes:
Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora, 2000.
O texto acima não representa a biografia completa do artista, mas sim, partes importantes de sua vida e carreira.
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