Caco Velho
CACO VELHO (MATHEUS NUNES)
POR: JOÃO AUGUSTO M. DE ANDRADE
Nasceu na cidade de Porto Alegre, no estado de Rio Grande do Sul, no Bairro de São João, no dia doze de março de mil novecentos e dezenove.
Filho de Geraldina Rodrigues Nunes e Liberato Nunes. A mãe cuidava do lar e sabia tocar violão, o pai foi veterinário no exercito, por muitos anos, sabia tocar violino.
“Caco Velho”, infância, como as demais crianças, fazia pipas, jogava bola, brincava com bola de gude, pião e etc.
Perdeu o pai muito cedo e devido ao novo casamento da mãe, optou em morar com a avó, na mesma cidade.
Observando as necessidades que passava a avó, toma uma decisão, com o intuito de ajudá-la; passando a vender balas nos cinemas em períodos de matinê e engraxava sapatos pela manhã, na região do comércio. O ganho não era grande, e o guri, passa a vender cigarros, fósforos e balas, em um tabuleiro, montado por ele no quintal de casa. Para aumentar seus ganhos e responsabilidade, passa a ir com a nova bandeija em períodos noturnos, comerciar os produtos no “BAR FLORIDA”.
Quando permanecia neste bar noturno, servindo clientes, entoava um samba de “ARY BARROSO”, de nome “CACO VELHO”, com batidas em caixinhas de fósforo e nas abas de seu tabuleiro. Estava com apenas nove anos de idade.
O Sr. “Paulo Coelho”, que tinha um conjunto musical e tocava naquele ambiente familiar, observava as gingas daquele menino e a maturidade; o guri não chegou a terminar o curso primário, preferindo somente trabalhar.
Em uma dessas noites no “FLORIDA”, foi solicitado por “PAULO COELHO”, à bater na caixa de fósforo e cantar aquele samba, agora no microfone daquela boate. Com muita vergonha, cantou aquele samba até o final da letra.
Foi aquela gargalhada e zombaria dos presentes naquela boate, chamando-o por “CACO VELHO”, (ele não gostou), mas “PAULO COELHO”, teve um brilho nos olhos, ajustando-o agora artista, para trabalhar nesta casa de shows.
Toca pandeiro no conjunto de “Paulo Coelho” e às vezes é convocado para cantar, pelo dono deste conjunto que o batizara de “CACO VELHO”, para o mundo do samba, onde agora quem não o chamasse assim, “pulava e dava rasteira”.
Passado alguns anos, “CACO VELHO”, consegue em emprego na Revista Globo em Porto Alegre, como maquinista, à noite vai ao “Florida”.”Paulo Coelho”, leva o sambista para o Rádio, vindo a ser contratado no conjunto de Piratini na rádio gaúcha. Pandeiro e Tamborim, vem a ser seus instrumentos no “Conjunto Regional de Piratini” (Antonio Amábile), que também fazia a grandiosa “Festa do Bombo”.
À vista de um quadro na parede de sua casa “Caco Velho” escreve “Mãe Preta”, que junto com “Piratini”, dão melhor formato nas letras. Aprende a tocar contra-baixo e com o mesmo “Regional”, fazem apresentações em todas as cidades do “Rio Grande do Sul”.
Fazia amiúde, contatos com a mãe, visitando-a, passando o dia com ela; já em idade militar, alista-se, no Ministério da Guerra e após os tramites normais é dispensado desta convocação obrigatória.
Com o “Conjunto Regional de Piratini”, “Caco Velho” segue para o sul do país, para pequenas apresentações que acaba virando uma grande temporada pela aceitação e convite de nossos vizinhos; apresentaram muitos shows, (“Caco”, também cantava), nas rádios, boates e cassinos no Uruguai, Argentina, Paraguai e alguns outros países sul americano.
Observando a passagem de umas carretas de bois, com os berros dos puxadores, “Caco Velho”, tem um “estalo”, escreve “CARRETEIRO”, em parceria com “Piratini” “Antonio Amábile”.
Eram a atração das rádios “Difusora”, “Farroupilha”, “Gaúcha” e demais emissoras daquele estado gaúcho.
Uma particularidade: “Caco Velho”, cresceu, tendo vontade de possuir uma roupinha de marinheiro, mas sua mãe nunca pode comprar.
Ao retornarem da internacional visita aos países sul americanos, “Caco Velho”, decide ir sozinho para “São Paulo”, era fins de 1938, hospedando-se numa pensão do centro da capital. Arranja trabalho em algumas casas noturnas; entre elas a Boate “Ok Danças”, por pouco tempo, retornando para “Porto Alegre”.
No início dos concursos para músicas carnavalescas de Porto Alegre, fica conhecendo “Lupiscinio Rodrigues” pessoalmente, pois eram candidatos à fazerem participações, com seus sambas e ou marchas..
Em 1939, para o carnaval de 1940, “Caco Velho”, em parceria com “Mutti”, (Péricles Simões Pires) compõem várias marchas e sambas, para concorrerem neste disputadíssimo concurso, pois haviam muitos compositores de renome. Para este concurso ainda em parceria com “Johson”, “Caco Velho”, compôs a marcha “Palhaço”.
Ainda neste ano “Caco Velho” e “Nino Martins”, formaram a dupla de cantores regional, com o nome “Dupla Tupinambá”. Cantavam (Atuavam juntos), na PRF-9 Rádio Difusora e na Rádio Farroupilha, em Porto Alegre; nos finais de semana em associações, clubes, também em boates.
Com a marcha “Palhaço”, vence em primeiro lugar, “Lupiscinio Rodrigues”, fica em primeiro lugar com um samba. “Silvio Caldas” e “Carlos Galhardo”, também eram concorrentes do concurso neste ano.
A dupla “Tupinambá”, atuaram por oito meses juntos.
Juntando na mala, cuia e bombachas, “Caco Velho”, de ônibus, segue para “São Paulo”, hospedando novamente, em uma pensão familiar, sozinho começa a cantar com o pianista “Francisco Dorcy”, em uma boate da cidade de São Paulo, vindo a aprender e tocar este instrumento, após muito treinamento em dias e horas vagas.
“Dernival Costa Lima”, exímio freqüentador de boates das noites paulistanas, que era um dos diretores das associadas, (rádios), Tupi/Difusora, convidou “Caco Velho”, para participar no Radio de São Paulo, que passou a ser artista das associadas e à noite, shows em boates da Terra da Garoa, que eram freqüentadas pela alta sociedade paulistana, com convivência ativa na vida noturna desta cidade.
Com sucesso, “Caco Velho”, começa a freqüentar as vias aéreas, quando neste mesmo ano de mil novecentos e quarenta, desloca-se até Porto Alegre, onde compôs com “Carlos Gomes”, o samba “Viola Abandonada”, para o festival de musicas carnavalescas de Porto Alegre, para 1941 que foi classificada em segundo lugar. Ainda no Rio Grande do Sul, em janeiro, apresenta-se com o conjunto de Piratini, na cidade de Santa Cruz, no “Cine Teatro Ginástica”, com seus sambas e o velho pandeiro.
“Caco Velho”, faz uma pequena temporada no conjunto regional “Bohemios do Sul”, era conhecido como “O Mago do Pandeiro”, tendo como diretor regional o Sr. “Nenê”. Cantavam e tocavam no “Restaurante Vera Cruz”.
Na Orquestra de “Marino”, “Caco Velho”, tocou pandeiro em apresentação no “Clube do Comércio”. Retornou à São Paulo para cumprir compromisso com as associadas, e com “Carlos Gomes”, segue para a capital federal “Rio de Janeiro”.
Visitando com “Carlos Gomes”, uma escola de samba popular, na cidade maravilhosa, hospedados no Hotel Gloria, foram solicitados pela “Galera” ali presente, a tocar o seu pandeiro.
“Caco Velho”, tocou o instrumento, alegrando todos ali presentes, notando que uma pessoa foi para o seu lado a abraça-lo e falando coisas em inglês. Era “Walt Disney”, que estava entusiasmado. Conversaram pouco, tiraram duas fotos juntos, “Disney”, sempre observando aquele instrumento na criação do personagem “Zé Carioca”, tudo leva a crer que “Walt Disney”, não se esqueceu do encontro com o sambista....
Retorna para São Paulo, com o amigo (compositor) “Carlos Gomes”, apresentado-se, normalmente nas associadas e boates pelas noites afora.
Dezembro de 1941, “Caco Velho”, segue para Porto Alegre, para o concurso de músicas carnavalesca, para o ano seguinte com o samba “Eu ando à Procura”(Caco Velho) e o samba “Que coisa Louca”(Lucena-Caco Velho); após a apuração e para surpresa dos compositores, os sambas classificaram em primeiro e terceiro lugares consecutivamente . Ainda bem antes do carnaval, ocorre o ensaio da marcha “Cigarra Dourada”(Prunes - Caco Velho), autores perpétuos.
“Caco Velho”, ainda faz algumas apresentações com o conjunto Regional “Bohenios do Sul” e no “Baltimore”, apresenta uma nova composição “Linda Israelita”(Caco Velho); Em uma visita ao jornal à folha, com seus instrumentos e nas salas de redação os “Bohemios do Sul” com “Caco Velho” ao Pandeiro cantaram “Chorinho no. 2” (Nenê) e “Cachorro infernal”(Caco Velho – Carlos Gomes); monopolizaram a atenção do pessoal do jornal. Na PRF-9, rádio difusora de Porto Alegre, “Caco Velho” ficou conhecido por “O Malabarista do Pandeiro”.
“Caco Velho”, retorna novamente para a “Terra da Garoa”, dando continuidade de seus compromissos com a radio Tupi de São Paulo, Fazia parte do elenco, mantém contatos com amigos e artistas, fazendo pequenas aparições em algumas boates do centro de São Paulo.
Pouco adiante da metade do rigoroso inverno da capital paulista, agosto de 1942, novo regresso à Porto Alegre, vai visitar a família e desempenhar as suas funções em algumas casas de shows.
“Caco Velho” com o pandeiro, cantava acompanhado com o baterista “Américo” em um destes “Mighs Clubs”, de Porto Alegre quando a casa foi invadida e arrasada totalmente, provavelmente pelos adeptos ao “Eixo”, pois a proprietária era tida como simpatizante à causa da “Nova Ordem”, que também não foi poupada. (ver II Guerra).
“Caco Velho”, viu o seu pandeiro “VOAR”, pelos ares e espatifar-se nos paralelepípedos da rua. A principio ele quis protestar, mas achou melhor ficar calado, com medo que a turma pensasse que ele fosse “Ariano”. “Américo” ficou sem a bateria. Outros músicos em casas vizinhas, também perderam seus instrumentos. Surgiu até uma esperança que o público porto alegrense colaborassem para o ressarcimento dos instrumentos, daqueles músicos que estavam apenas trabalhando.
Em novembro e por alguns dias, “Caco Velho”, junto com “Paulo Marra”, fazem alguns shows na cidade de Passo Fundo, no “Imperial” confeccionaram em parceria com os repórteres e fãs, a música “Cidade Jardim”, homenageando aquele paraíso de flores. Após as apresentações, voltam para São Paulo. “Paulo Marra”, fora convocado à servir a Pátria (Marinha); era carioca, tinha um programa na Rádio Record – SP (foi descobridor de “Vassourinha”) “Caco Velho”, para o Elenco da Rádio Tupi, na rua Sete de Abril, era conhecido nas associadas como “O Homem da Cuíca na Garganta”. Mil novecentos e quarenta e três, ano da sorte, “Caco Velho” se firmou no Rádio gravou seu primeiro disco pela gravadora Odeon, que recebe o número 12497, com os sambas “Briga de Gato”(Lupiscinio Rodrigues – Felisberto Martins) e “Maria Caiu do Céu” (Caco Velho – Nilo Silva – com Conjunto de Claudionor Cruz).
“Caco Velho” passa a ser artista exclusivo da Rádio Tupi e é conhecido por “O Turuna da Favela”.
Nirza Gomes, uma normalista da cidade, freqüentava os estúdios das associadas, nas horas livres e trocava olhares com o sambista; às vezes ela levava a irmã e outras o irmão a acompanhava para ver ensaios e shows dos artistas.
Identificado pela Revista da Globo, por “ O homem que tem uma cuíca atravessada na garganta”, “Caco Velho” foi divulgador de vários artistas. Entrou na relação dos melhores cantores e compositores do ano de mil novecentos e quarenta e cinco.
Após namoro de vários meses, passa a viver com a normalista, indo morar na Rua do Carmo, no Centro da cidade de São Paulo.
O Circo “Piolim”, também foi o palco de muitos shows de “Caco Velho” em finais de semana, com platéia lotada e muitas crianças e adultos, no lado de fora, aguardam a próxima sessão.
Convidado para participar de um show, num clube na cidade de Santos – São Paulo, já estando na baixada, não encontrava o endereço indicado. O motorista do táxi, que transportava o sambista no litoral paulista, estava com a mesma dificuldade; finalmente desembocam em uma rua que era a já solicitada pelo artista. Havia naquela rua uma multidão de pessoas, que bloqueavam o transito local “Caco velho”, solicita ao motorista, que o automóvel seja desviado daquele tumulto. O choufeur, informa ao doutor que todas aquelas pessoas, aguardavam à presença do sambista, “Caco Velho”. Ao deixar o veiculo, e logo reconhecido, pelos presentes, foi agarrado pela multidão, vindo a desarrumar e amassar o terno, desfazendo-lhe o penteado, desaparecendo o lenço. “Caco”, não contava com tanta euforia do povo praiano.
Do pai do produtor ”Regis Cardoso”, que é filho de “Nora Fontes”(atriz), “Caco Velho”, recebe a alcunha de “Sambista Infernal”. É atração do programa “Roleta Colgate”, na Radio Tupi Paulista, ao lado de Arrelia, Xisto Guzi e demais artistas consagrados.
“Alfredo Nagib”, forma grande elenco de artistas para apresentação da “Brigada da Alegria”,caravana com destino a apresentar shows e mostrar artistas para o povo do interior do Estado de São Paulo, nos finais de semana, em Rádios, Boates, Clubes, Associações, Teatros, Praças e outros logradouros. Entre os artistas, Brinquinho e Brioso, Rago, Armida Falcão, Caco Velho, Luizir Blota, Chica Pelenca, Hebe Camargo, Bob Nelson e muitos outros artistas consagrados. Às cidades de Jaboticabal, Bebedouro, Barretos, Botucatu, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, São Carlos e varias mais, durante muito tempo.
No dia da “Independência do Brasil”, de 1946, Nasce a primeira filha do sambista, com Dona Nirza, “Elisa”, seu nome; na maternidade São Paulo, da rua Frei Caneca, e permanece morando , na Rua do Carmo, no Centro.
“Caco Velho”, era artista das associadas e de grande audiência dos ouvintes; com a família, deixa a cidade de São Paulo, indo morar em “Santos”(cidade praiana de São Paulo), passa a atuar na “Radio Clube de Santos”, ainda comparecendo em algumas boates da cidade, mostrando seus shows, em apresentações noturnas.
“Foi um dos artistas”, convidado a participar da festa de inauguração da nova fabrica de refrigerante “Coca Cola”, naquela cidade, desempenhado seus espetáculos, cantando musicas.
Morou pouco tempo na baixada santista, retorna para São Paulo e vai residir, na casa da produtora de Rádio Lupe Ferreira, no bairro do Cambuci, na cidade de São Paulo, depois muda-se para o Parque Peruche, posteriormente bairro Bela Vista; em seguida Santo Amaro e finalmente adquire uma casa de dois andares (sobrado), em Pinheiros, (todos os bairros anteriores escrito, também pertence à cidade de São Paulo), na rua Miguel Isasa, (hoje extinta, virando prolongamento da Avenida Faria Lima, do projeto que o sr. “Paulo Maluf” tirou da gaveta).
“Caco Velho”, no novo e definitivo lar, agora senta para ler jornais, revistas e a Bíblia Sagrada em seu capítulos e versículos, acima de tudo, era também religioso; ouvia a maioria dos cantores de Jazz, daquela década; constantemente sua casa era freqüentada por grandes artistas, “Vinicius de Moraes, José de Vasconcelos, Kalil Filho”, os artistas das associadas e personalidades da sociedade; era sistemático, mas tinha estilo próprio.
O “Sambista Infernal”, transfere-se de emissora, indo atuar no elenco da Rádio Record, da Rua Quintino Bocaiúva, esquina com a Rua Direita, em 1948, trabalhando simultaneamente na Boate “Oásis”, interpretando sambas, apalpando no contra-baixo e outros instrumentos. Em fins de semana, participava em alguns circos teatro, nos bairros de São Paulo, com a presença de “Mazzaropi” e artistas diversos.
Admirava, “Assis Chatobrian”, “Ângela Maria”, “Pedrinho Matar”, “Robledo”, “Mario Lago”, “Ataufo Alves”, “Braguinha”, entre outros.
Da Rádio Record de São Paulo, “Caco Velho”, segue até a capital do País, para uma pequena temporada na Cidade Maravilhosa, pôr seus sambas em ação, nas Rádio Nacional e Guanabara, Hotéis, nas Boates “Vogue”, “Esplanada” e alguns clubes.
Deixa o “Rio de Janeiro”, voltando para a capital paulista. “Caco Velho” ingressa no conjunto “Robledo”, no “Robledo’s Bar”, tocando contra-baixo e cantando no conjunto, exibe sua bossa nas boates “L’Amiral” e “American Bar”. Compõe com “Robledo” a música “Ângela”, que é faixa do L.P. “Robledo’s Bar”, homenageando a esposa do amigo, “Caco Velho” atua em todas as faixas da gravação, deste L.P. do famoso Pianista.
O rei do Baião “Luiz Gonzaga”, (o Lua), da mesma forma, cantou no “Robledo’s Bar”, cooperando com a presença de fluxo de clientes.
Já passado o fiasco, (Nefasto), jogo com o “Uruguai” na final em Maracanã, (éramos os melhores, mas eles fizeram os gols); “Caco Velho”, retorna para a associada Rádio Tupi de São Paulo. Em um show experimental no Hospital das Clinicas, em São Paulo, ocorre a inauguração por “Assis Chateaubriand” da televisão no Brasil, PRF-3 TV, TV Tupi canal 4, vindo a ser canal 3. artistas presentes, Hebe Camargo, Mazzaropi, Caco Velho, Robledo, Badú (humorista), Arrelia e tantos outros; É presenteado, sendo o primeiro sambista à cantar em um canal de televisão no Brasil.
Para o carnaval de 1951, “Caco Velho”, com orquestra, grava em disco o samba “Curto Reinado”, agora faz parte do elenco da Rádio e TV Tupi.
O “Malabarista do Samba”, realiza shows, nos estados brasileiro, deixando os moradores fascinados, na PRB Rádio de Curitiba, Cassino AHÚ (aú), no estado do Paraná; PRÉ-9 Ceará Rádio Clube de Fortaleza; Parque S 8, em Manaus, Amazonas e outros Estados.
No Rio de Janeiro, que era a Capital do País, o “Sambista Infernal”, torna a cantar na Rádio Nacional, Rádio Guanabara, Boates “Béguin”, “Ranchinho” em Copacabana, no Hotel Gloria e também no “Casablanca” com Dolores Duran e o notável “Bola Sete”.
Em “Coisas e Graças da Bahia”, também no mesmo estabelecimento, cantavam “Dorival Caimi”, “Ângela Maria” e outros grandes artistas já consagrados; Quando em uma dessas apresentações, recebem a visita da família de “Getulio Vargas”.
A companhia Atlântica, no Rio de Janeiro, em fins do ano de mil novecentos e cinqüenta e dois, inicia a gravação do filme “Carnaval na Atlântida”, de (José Carlos Burle). Seleciona um ótimo elenco para esta produção cinematográfica com artistas de grande “tarimba”; “Grande Otelo”; “Eliana Macedo”; “Blackout”; (Com a marcha “Dona Cegonha”), “Maria Antonieta”, (La Pons), “Caco Velho”, “Dick Farney”, “Oscarito”, “Cole”, “José Lewgoy”, “Cyll Farney”, (que ao lado de Eliana Macedo, atuaram em mais sete filmagens).
“Caco Velho”, na produção , toma parte de uma pequena aparição tocando contra-baixo, enquanto Cyll Farney, bateria, e em outra cena, o “Sambista” batendo pandeiro, junto à “Maria Antonieta”, em um número de dança que é ... um número, a musica cantada nesta cena, é com “Dick Farney”, “Alguém como Tu”, (José Maria de Abreu – Jair Amorim), o filme “Carnaval na Atlântida”, exemplifica que “na Grécia era assim”, tornando assim, o prato de resistência desse mirabolante carnavalesco. Um sucesso do cinema nacional.
Pela gravadora continental, já havia gravado anos anteriores, vários sambas desta relação que segue, “Mania da Rita”, “Samba Russo”, “Chinesinha, Deu Cupim, Não Faça Hora, Desenho Animado, Meu Fraco é Mulher, É Doloroso, Novo Cartaz, Até Onde Vai o Tubarão, O Azar de Jacó, A Sanfona do Gaudêncio, Chico Pança, Alegria de Pobre”, sucessos musicais nas Rádios de todo Brasil. Ainda neste contexto, a Sra Geraldina, mãe de “Matheus”, vinda de Porto Alegre, em navio, desembarcando no Porto de Santos, em São Paulo, visita a família do filho, permanecendo no lar do sambista, por quarenta e cinco dias, no sobrado recém adquirido, no bairro de Pinheiros.
Maio de mil novecentos e cinqüenta e três, após o retorno à capital paulista e presença nas associadas e na televisão, é atração como diretor artístico e cantor na boate “ARPEGE” da avenida São Luis. Nasceu a segunda filha do “Sambista Infernal”, batizada “Izabel”.
Em setembro, “Paulo Machado de Carvalho”, o mesmo que inaugurou e fundou a Rádio Sociedade Record, em 1931, inicia o funcionamento da TV RECORD de São Paulo.
Em fins deste ano “Caco Velho’, recebe de Alberto Cavalcante, o convite para participar das gravações do filme “Mulher de Verdade”, sua personagem “Mormaço”, onde ao lado de “Bamba”, (Cole), se metem em um romance fazendo trapaças e malandragens, tentando ajudar um ao outro. É uma comédia de situações complicadíssimas; também fazem parte do roteiro deste filme, gravado nos estúdios do Jaçanã; “Inesita Barroso” (como “Amélia”),”Adoniram Barbosa” (“Bigode”); “Valdo Wanderley” (“Lauro”); e outros grandes artistas consagradas pelo público.
Como não poderíamos deixar de registrar neste texto, no ano passado, a musica popular brasileira, perde em um trágico acidente automobilístico, na rodovia Presidente Dutra, o cantor “Francisco Alves”, conhecido por “Chico Viola”, “Chico Alves”, “O Rei da Voz” fazendo parar o país, deixando um povo em prantos, neste funesto mil novecentos e cinqüenta e dois, em Pindamonhangaba (São Paulo), gravou mais de quinhentos discos em setenta e oito rotações por minuto.
Pelas festa do IV Centenário de São Paulo, “Caco Velho” é parte do elenco da companhia de revista de “Cole”; em São Paulo, os shows eram apresentados no Theatro de Alumínio, na região do Anhangabaú, cento da cidade. É atração na boate “Club de Paris”, e artista da “Radio Nacional” simultaneamente.
No inverno deste ano, um show com “Robledo”, no Ginásio do Estádio Municipal do Pacaembu, com lotação completa.
Pela Columbia “Caco Velho”, grava os sambas “Uma Só Vez” (Caco Velho) e “Estourou a Bomba” (Cyro Monteiro- Dias da Cruz).
Quatorze de outubro de mil novecentos e cinqüenta e quatro, “Caco Velho”, oficializa o casamento em cartório com Nirza Gomes Nunes, e na Igreja de Santa Madalena, na Vila Madalena, pelo Padre Olavo, o matrimonio religioso, “Robledo” foi um dos padrinhos.
Para o próximo entrudo, o “Sambista Infernal” é convidado a participar do filme “Carnaval em Lá Maior” (de Ademar Gonzaga)com muitos artistas e também pelo elenco da Record; tomou parte nesta filmagem cinematográfica, cantando uma musica completa de carnaval.
Artista da Radio e Tv Tupi, “Caco Velho, canta suas melodias, na orquestra de “George Henri”, exímio tocador de Piston, o qual, convoca o “Sambista” para uma excursão internacional “Caco Velho”, pede licença à emissora para viajar e é atendido prontamente; despede-se da família e amigos.
Com “George Henry”, parte para a França em um vôo internacional, de uma grande empresa aérea, chegando à Paris, a cidade iluminada. Fica eufórico com a beleza do lugar. É contratado pela Boite “Là Macumba” para mostrar seus shows e músicas (sambas), e “George Henry” passa a ser diretor artístico, “Caco Velho” visita a Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Rio Sena, Museus, Teatros, Praças, Estátuas, Revistas, Imprensas, e etc.; Numa entrevista à um jornal local o “Sambista”, informa ao jornalista que nesta cidade, passou de “Caco Velho”, para “Mon Petit Caco”. Foi solicitado a participar do filme “Quai des Illusion” interpretando um baião “Chico Sanfona” (J.Nubel) e uma toada “Ai Sinhá” (Caco Velho), explanada com a voz de “Marita Luizi” e em cena, dançando por “Anne Marie Mersen”, com o “Sambista”, deixando o “Artista” empolgado.
A gravadora DUCRETET THOMSON, com estúdio naquela cidade, requere o visitante para gravações. “Mon Petit Caco” aceita o convite e grava um disco (compacto duplo) com as músicas “Falsa Baiana”, “Nega Mentirosa”, “Prenda Minha” e “Uma só vez” (Caco Velho e seu Orchestra), cantadas por “Marita Luizi” e virou sucesso da gravadora, que convoca o “Sambista”, para lançar um Long-Play, com musicas variadas, para o futuro lançamento.
Na “Cidade Luz”, as gravações são mais rápidas e surge após longos ensaios, um LP, com nome “Une Soirée a La Macumba” numa homenagem também à casa de shows, que é o recanto do desenvolvimento artístico e musical do “Sambista”, apresentando doze sucessos que se seguem, “Chico Sanfona”, “Pourquoi”, “Sereno”, “Voala”, “Mademoiselle Denise” (todos Baião) e “Ai Sinhá”, “Prenda Minha”, “Saudade de Itapoá” (Toadas), além de “Vida Dura”, “Risque”, “Balaio Grande” (Sambas), com “Uma Só Vez” (Samba Canção), interpretados por “Caco Velho” e sua Orquestra e junto com “Maritta Luizi”, observando que a música “Pourquoi” foi gravada em letras francesas e na linguagem portuguesa.
Alguns artistas famosos de “Hollywood”, entre eles “Fred Astaire”, “Mel Ferrer”, marcavam presença na boate “ La Macumba”; solicitavam que “Caco Velho”, bisasse às musicas.
“Matheus Nunes”, trocava cartas escritas com a família, enviava alguns valores monetários, via bancaria, para sustento das gurias. Foi numa destas traçadas linhas, que ficou cabisbaixo,choroso e muito triste; soube a perda de sua mãe querida, carta esta enviada pela sua esposa que soube através de outros do fim da vida de Dona “Geraldinha”, na cidade de “Porto Alegre”. O regresso para o Brasil, neste momento, não faria sentido, pois a data de chegada do aviso e os acontecimentos, já estavam um pouco distantes. “Caco Velho”, sofre o acontecimento por alguns dias, responde as informações, ergue a cabeça e tem que continuar. Os fatos mexeram com o sentimento do “Sambista”.
Das cantoras internacionais em relação à musica de “Caco Velho”, recebem destaque a portuguesa, “Maria da Conceição”, que gravou “Mãe Preta”, todavia outra lusitana faz de “Mãe preta”(Caco Velho - Piratini), uma adaptação autorizada com o nome de “Barco Negro”(Piratini -Caco Velho), era a imortal cantora “Amália Rodrigues”, saudando a canção, no tema do filme “Amantes do Tejo”, interpretada por esta “Embaixatriz do Canto”.
“Paula Ribas”, cantora do continente Luso, também gravou “Barco Negro”, e vários outros artistas de diversos países, fazem uso desta canção, que é conhecida em todos os continentes.
“Caco Velho”, em Paris, tinha vários amigos, entre eles, “Amália Rodrigues”, José Lewgoy, Silki (o Faquir) e outros artistas. Freqüentador assíduo da “Champs Elysées”, nas calçadas, cafés, sendo fotografado por repórteres e também por conhecidos.
Uma certa noite de Paris, após “Amália Rodrigues” interpretar “Barco Negro”, onde “Caco Velho” estava presente, duvidaram da autoria, da composição daquela canção. A “Rainha do Fado”, convida o “Sambista” a ir até o palco, apresentando pessoalmente o autor da canção, para a grande platéia presente naquele momento do show.
A partilha dos lucros da boate “La Macumba” era muito mal distribuída, aos músicos pelo diretor artístico “George Henry”, amiúde faltava digito, que deixava o elenco da casa desgostosos. Este fato acabou chegando ao conhecimento da proprietária do estabelecimento que já vinha desconfiando dos acontecimentos. Pessoalmente ela dispensa o diretor artístico e estabelece “Caco Velho” neste cargo, para alegria dos funcionários, assim tudo melhorou.
Saudade, era o que apertava o peito do “Sambista”, todavia, no segundo semestre de mil novecentos e cinqüenta e seis, retorna para o Brasil, vindo para São Paulo, juntar-se à família. Dá uma rápida corrida até Porto Alegre, visitando alguns familiares, regressando em seguida para capital paulista.
Reata contato com a Rádio e TV Tupi, que o recebe de braços abertos. Na vida noturna vem a ser diretor artístico na “Boate Delval” (de propriedade do sr. Nicola e sr. Salomão) que aumentou o movimento, com a chegada do “Sambista Infernal”.
Os donos do “Delval Bar”, levava grupos estrangeiros radicados em São Paulo, (húngaros, Poloneses, iuguslavos, gregos, romenos, outros), para conhecerem o grande cantor popular brasileiro, “Caco Velho”. Em uma dessas casas noturnas paulistana, certa vez, “Caco Velho”, notou enquanto cantava, alguém na platéia, fazendo mímicas, imitando-o; nada mais era que o humorista mexicano, “Cantiflas”, admirando seu ritimo, na forma de tocar, cantar e dançar.
Pelas comemorações da IV-Bienal de São Paulo, o “Sambista Infernal” é convidado com seu conjunto e outros artistas para cidade de Leme, e na fazenda Empyre, dos Matarazzos, fazem shows para “Juscelino Kubitschek de Oliveira”, “Ulisses Guimarães”, “Jorge Lacerda”, o embaixador Hardin (da França), festa esta oferecida por Yolanda Penteado Matarazzo e Francisco Matarazzo Sobrinho, além de diversos políticos outros.
“Jânio da Silva Quadros”, notável político, foi grande freqüentador das noites paulistana; tinha amizade com “Caco Velho”; um dos secretários de “Jânio”, participou de um jantar na residência do “Sambista”, oferecido por Dona Nirza. Outro político que aparecia nas casas noturnas onde trabalhava “Caco Velho” era “Carvalho Pinto”.
Num compacto duplo de quarenta e cinco rotações por minuto, “Caco Velho” lança o disco “A Voz do Sangue”, pela gravadora Copacabana, sambas de “Túlio Piva”, com às músicas, “Tem Que Ter Mulata”, “Raça”, “Choufeur de Lotação”, e a outra do próprio nome do disco.
Gestante, a irmã de Dona Nirza, (Neusa), hospedada na residência do “Sambista”, entra em trabalho de parto. Como não havia recurso rápido próximo, foi o próprio “Caco Velho” parteiro de sua sobrinha, que passou a ser afilhada, recebendo a homenagem, pela mãe, o mesmo nome da primeira filha “Elisa”, de “Matheus Nunes”; na chegada da equipe médica, tiveram pouco trabalho para com a mãe e a recém, era dia dezessete de julho de mil novecentos e cinqüenta e sete.
L.P., “Vida Noturna no. 1, gravadora Copacabana, “Caco Velho” com seu conjunto, “Herve Cordovil” ao piano; com doze musicas divididas nas faixas, dez sambas, uma valsa e um fox, que só foi lançado no inicio do ano seguinte, devido a demora na confecção de discos na ocasião. Foi muito comemorado por seus amigos, artistas, no “Delval Bar”, onde ainda era o diretor artístico e nas emissoras do país.
A família aumenta, com a chegada da terceira filha de “Matheus Nunes”, em abril de mil novecentos e cinqüenta e oito, era dia sete; recebe o nome de Elizabeth.
Da radialista “Lupe Ferreira”, do “Colégio do Disco”, “Caco Velho”recebe o troféu Honra ao Mérito, da rádio América, primeiro lugar em concurso carnavalesco em 1958.
Ao termino de uma entrevista, com o repórter (jornalista) de um jornal de grande circulação, já estavam no lado externo da boate “Delval”, quando o jornalista “Paulo Patarra” anotava o nome do estabelecimento, “Caco Velho”, fez-lhe um pedido: “faz um favor, coloque aí, boate familiar, se não são capazes de confundir com inferninho”.
Do caricaturista mix, do jornal “A Gazeta Esportiva” do dia 11-novembro de 1958, o “LP Vida Noturna”, é o destaque da caricatura do dia, com o “Sambista Infernal”, de caixa de fósforo e pandeiro nas mãos.
Neste mesmo ano, o Brasil, foi campeão mundial de futebol, apresentando na Suécia, jogadores como “Garrincha”, “Pele”, “Vava”, de demais talentos, comandados por “Paulo Machado de Carvalho”, (Chefe da delegação que conquistou o campeonato), recebendo o título de “Marechal da Vitória”.
Caco Velho, era sistemático, influenciado na musica por “Noel Rosa” (1910 – 1937), ensaiava muito na boate, na rádio Tupi com orquestra, em casa com os músicos, chamando-os a atenção, notando erro na execução dos instrumentos, suas apresentações, com total lotação de público, vestia-se impecavelmente, terno engomado, gravata, cabelo alisado, perfume, sapato engraxado e brilhando, era um “Preto Alinhado” reconhecido nas classes média alta e por todos os artistas da ocasião, políticos, era artista do povo. Não teve frustrações, desenvolvia tudo que planejava, sentia-se útil, no que fazia, agradando a todos.
Ocorreu em abril de 1959, em fundo musical, durante a apresentação do jornalismo, “Repórter Esso”, que em casa, a filha “Elisa”, ouve às notas musicais da canção “Mãe Preta” (Caco Velho – Piratini), e questiona o pai do fato, que também com maior atenção, passa a ouvir, aumentando o volume do aparelho televisivo, através do dial de amplificar. Imediatamente, “Caco”, segue à caminho para o Estúdio da Emissora e descobre que uma pessoa com nome “Vilma”, colocara o próprio nome na autoria da composição, que já recebia outro nome “Fim de Tarde em Lisboa”, gravada na Inglaterra, pela RCA-Victor, orquestrada por George Melachrino, “Caco Velho”, conclui que a gravação, até que ficou boa, mas ninguém tinha o direito de auferir a qualidade do autor, indo em seguida aos órgãos competentes; o fato foi citado em toda imprensa escrita e falada.
Nessa conjuntura, devido ao estendimento das redes de televisão, os artistas, eram convidados à participar dos programas de rádio e televisão , poucos tinham contratos, todavia, as casas noturnas “Ferviam”, com maior apresentações de artistas e atrações variadas.
Nasce em São Paulo, em oito de março de mil, novecentos e sessenta, a quarta filha de “Matheus Nunes”, será “Alice”, que conquista do pai, uma composição musical, com seu nome.
Com parceira concomitante de “Haroldo Maranhão”; “Caco Velho” compõe o samba “Slack”; contudo não lhe faltam convites das emissoras, tanto para programações diurnas, quanto, algumas vezes noturnas. Uma grande alegria, foi ser convidado para participar, com musicas, do aniversário da filha do atual presidente da República, “Jânio da Silva Quadros”, satisfazendo à pequena “Tutu Quadros”.
No “Delval Bar”, da rua General Jardim, em São Paulo, “Caçulinha”, tocava harmônica no conjunto de “Caco Velho”, e as vezes “Sivuca”, acordeon (Teclado), por pequenos períodos.
O “Sambista Infernal”, em sociedade com “Edy” compra o “Brazilians Bar”, da rua Peixoto Gomide, faz questão de proferir “Casa Familiar”, recebendo artistas e amigos em sua própria boate. É a principal atração neste “Lar Noturno” e conta com a participação de convidados, entre eles “Cyro Monteiro”, e outros artistas, dando oportunidade, (canja), ao microfone.
Em espaços livres do cotidiano, “Caco Velho”, ficava em casa com a família, acompanhando as filhas para o colégio, em melhores ocasiões, carregava as meninas para viagens, restaurantes, parques, circo, cinema, praias, ensaios nas emissoras.
Recebe convite para no “Grande Hotel de Águas de São Pedro”, na cidade de mesmo nome, no estado de São Paulo, apresentando show musical, por quatro finais de semana, levando a família em uma destas apresentações.
Do jornal, o estado de São Paulo, recebe o troféu “SACY”, como “Melhor Atração Nacional Permanente” da coluna “Mary-Go-Round” de “Mary Wynne”, da página carrossel – SP, ainda no ano de mil novecentos e sessenta e um, “Caco Velho” ganha uma Placa do programa “Sua Majestade o Cartaz”, apresentado por “Blota Junior”, no canal 7, de televisão , homenagem de “Bom Bril”.
Conquistando liberdade e autonomia da gravadora Continental, “Caco Velho”, grava o Long Play “O Comendador da Bossa Nova”, com doze sambas de alta qualidade, com músicas de próprias composições com parcerias de talentos de primeira linhagem, formando a qualidade de pessoas, arranjos, incluídas em um só disco. Houve cópias autorizadas pela continental, por outra gravadora do mesmo grupo.
“Germano Mathias”, sambista , fã, incondicional dos trejeitos de “Caco Velho”, e já famoso no mundo do samba, aparece como atração permanente no “Brasilian’s Bar”, após a venda dessa casa de shows pelo “Sambista Infernal”. “Germano Mathias”, um dos grandes seguidores das gingas de “Caco Velho”, por muito tempo , ainda jovem, acompanhava o andamento da carreira do “Sambista”, transitava inclusive nos ensaios em emissoras mantendo contacto no desenrolar do “artista”, freqüentador assíduo da residência de “Caco Velho”, quando na introdução de “Germano” no samba, ele tinha o seu próprio estilo, porém, constantemente procurava, coisas novas, para somar na tentativa de uma melhor qualidade em suas apresentações e conseguiu.
“Caco Velho”, vendo o crescimento das filhas, pretende encaminhar, para participar de suas apresentações. “Elisa”, por ser muito tímida, descarta a proposta do pai, contudo ele consegue convencer “Isabel”, um pouco mais jovem. “Caco Velho” canta no programa “Almoço com as Estrelas”, do canal quatro, e a menina mostra o seu bailado, com sete anos de idade. “Bibi Ferreira”, que tinha um programa na Teve Excelsior, viu o show de pai e filha, solicitando “Caco Velho”, para comparecer ao canal nove, todavia, somente ir com a filha. Ela não seguiu esta carreira.
Em uma minúcia de “Elisa”; no surgimento do vídeo-tape das apresentações dos artistas na televisão, com o pai ao seu lado, sentados na sala, dentro de casa, não conseguia entender a presença dele, no aparelho e a seu lado, simultaneamente olhava para ele e para a televisão, por várias vezes. Nunca souberam deste fato da garota.
Nas músicas “mesmo de mentira” (Carlos Imperial), “Dor de Cotovelo” (João Roberto Kelly), “Pororó-Popó” (João Roberto Kelly), interpretadas na voz da gauchinha “Pimentinha” “Elis Regina”, percebe-se o cacoete de voz na jovem, quase idênticos ao do sambista “Caco Velho” até os arranjos são perfeitos.
“Caco Velho”, por estes tempos, atrai clientes, para a boate e restaurante Húngaro “Dona Marta”, permanece recebendo convites para participações em emissoras de radio e televisão, na cidade de São Paulo.
Para o evento esportivo, das Américas, “Jogos Pan-Americanos” sediado, para o ano de mil novecentos e sessenta e três, a cidade de São Paulo, “Caco Velho”, apresenta, cantado por ele, composição de “Durval José Gonçalves”, “Rogério Lucas”, “Nilza Gomes”, o disco com o samba-“Pan-Americano”, gravado pela indústria de discos continental de numero 16649.
No programa “Chá das Bonecas”, apresentado por “Lolita Rodrigues”, “Caco Velho”, comparece junto com sua família. Nas noites ainda aparece, com seus sambas na boate “Belisco”.
“Marry Wynne”, em sua coluna no jornal O Estado de São Paulo, permanece informando à seus leitores, os movimentos de seus “Sacyzinhos”, nas rondas pela cidade de São Paulo.
Da escola de engenharia Mackenzie, é premiado com um troféu, homenagem do C.A.R.L., em comemoração do segundo evento cultural recreativo deste estabelecimento.
“Caco Velho”, em seu curriculum musical, outrossim, nas telas da Tevê Cultura, apresenta o programa “Roda de Samba”, divulgando novos e enormes talentos, para a música brasileira, que aliás, era um de seus sonhos.
A música perde neste ano, o compositor popular brasileiro “Ari Evangelista Barroso”, (Ubá-MG 1903-1964 RJ), que com o nome de uma de suas tantas composições; deu nome artístico para “Caco Velho”. “Ari Barroso”’ apresentava o programa “Hora do Calouro”’ e é o celebre compositor de “Aquarela do Brasil”, música esta “Cartão Postal”, de nosso País, em todos os continentes.
Com o violinista “Filhinho”, acordeonista “Joãozinho” Baterista “Goiano” e às Cabrochas “Dirce” e “Olga”, (seu conjunto e suas cabrochas), embarca para outra experiência, internacional, era o final de mil, novecentos e sessenta e quatro. Quer divulgar o nosso samba, descobrir outras culturas de diferentes linguagens, tentando aumentar um pouco mais sua literatura, aproximando para o povo de sua terra, puras novidades das terras do “Tio Sam”.
Para este deslocamento aos Estados Unidos da América , é contratado pelo empresário de “Benny Goodman”, para uma temporada no cassino “Taly Hool”, na região de Las Vegas (EUA). Obtiveram êxito, colocando em ação, aquela “massa” que por várias exibições, compareciam, querendo aprender aquele requebrado diferente. Apresentou-se com seu conjunto, em teatros, praças, naquele estado norte americano. Ao final do contrato com aquele cassino e com os passaportes do conjunto, esgotando o prazo de validade, o grupo foi solicitado pelas autoridades locais, à conseguirem logo um outro trabalho, ou deveriam deixar aquela cidade.
Olga, uma das cabrochas do conjunto e também ótima cabeleireira, permaneceu naquele país, casando-se com um americano; os demais integrantes do conjunto de “Caco Velho”, retornaram para o Brasil, exceto o sambista, que com o passaporte ainda valido seguiu para “São Francisco”, na Califórnia, vindo a ser contratado na Boite “Interlúdio”, onde atuou com grandes músicos, fez apresentações em clubes, shopping centers, aniversários e teatros.
Em novembro de 1965, São Francisco, (EUA), faz show no hotel Cecíl, da rua post; “Carnival in Rio”, “danças ao som da musica de ‘Caco Velho’ do Brasil”, Patrocinado por Varig Air Lines e The São Francisco Interline club.
No primeiro trimestre de 1966, num balé esquisito, “Caco Velho”, ruma para Portugal, sem retornar ao seu País de origem, “Lisboa” é a cidade; em uma casa de atrações, “Royal” faz o show de carnaval, conquistando os portugueses. Recebeu convite para atuar na Televisão, e é contratado na Boate “El Cid”, em Lisboa.
Em “Coimbra”, apresenta shows no “Festival no Parque”.
Cidade do “Porto”, organizou campeonato de Jazz, para juventude.
“Caco Velho”, é atração no teatro “Maria Vitória” na grande e conceituada revista popular “E Viva o Velho”!..., atuando por longo tempo, ao lado de grandes artistas populares como: “Maria Dulce”, “Costinha”, “Paula Ribas”, “Camilo”, “Luisa Durão “, o grande fadista, “Tristão da Silva”, tantos outros artistas. O sambista era tratado como o “REI” do “Music-Hall”, brasileiro, o “Inimitável”, “Caco Velho”; revista apresentada em várias sessões por “Eduardo Damas”
Para matar a saudade, “Caco Velho”, escrevia cartas para a família, enviava verbas via bancarias, queria saber das filhas, preocupava-se muito com a família. A esposa respondia às escritas, dando um balanço da situação, quanto a escola e comportamento das meninas e também situação financeira.
Ainda em Lisboa, canta e toca seus instrumentos nas casas noturnas. E pela “Parlophone”, sob licença da “EMI”, grava um compacto duplo (Disco), com as composições, “Solteirona”, “Ladrãozinho”, “Escute Compadre” e “Falso Fadista”, sendo que “Ladrãozinho” composta por “Caco Velho”, e cantada também no “Hotel Rex”.
Em “Covilhã”, uma cidade portuguesa, no continente, o “Sambista” mostra seu show na “Feira de São Tiago e popular do Sporting”, (o Leão), juntamente com artistas consagrados: “Antonio Mourão”, “Maria José Valério”, “Maria Helena”, vários outros. Numa grande festa de abertura da feira, de enorme movimento popular, vindo até de outras cidades e países vizinhos.
Conhecendo e apresentando-se em boa parte das cidades do continente, “Caco Velho”, vai atuar em “Funchal”, grande cidade da Ilha da Madeira. Torna-se atração nos cassinos “Lar Madeirense”, “Cassino da Madeira”, entre outros entretenimentos, daquela conhecidíssima Ilha Portuguesa, um verdadeiro Paraíso.
No “Cassino da Madeira”, tocava seus instrumentos e com a voz, mostrava suas músicas, cantando ao som do pianista “Angel Peiro” e juntamente com o conjunto de “Amaral Junior”, inclusive nas Noites de São Silvestre, Natal e Virada de Ano. Ainda neste mesmo cassino, numa entrevista para o programa “Hora do Chá”, foi divulgado que “Caco Velho”, era conhecido como “O Apaixonado da Madeira”
“Na Ilha”, o “Sambista”, faz um curso de massagista, passando inclusive a exercer a nova profissão.
Atuou por algum tempo no “Cassino de Funchal”, onde acolheu novas e grandes amizades, artísticas e populares. “Caco Velho”, tratava à todos na ilha da Madeira como “compadre”.
“Noite do Manjerico”, foi uma atração do show de “Caco Velho”, no “Cassino da Madeira” participou inclusive da programação da “Quermesse Salesiana”.
Numa entrevista para a reportagem do “Jornal da Madeira”, “Caco Velho”, Ganha vasto espaço na coluna “Bate Papo”, quando conta uma parte de sua história, e é destacado como um “Artista Versátil”.
Descendo até o continente, (Lisboa), faz apresentações no Éden Teatro “Carnaval Pac”.
Já em São Paulo, o compositor “Haroldo Maranhão” amigo de “Caco Velho”, era quem enviava notícias do artista para a imprensa, recebidas pela esposa do Sambista, (Nirza G. Nunes), para a coluna do jornal OESP, de “Winne” (“Mary”), informando que “Caco Velho”, agora esta no “Cassino de Funchal”, na Ilha da Madeira, como “Mr.Samba; informando assim, os leitores, fãs, demais artistas e a própria colunista que carinhosamente o mantia em seu espaço e chamava-o de “Prodigalson”, relembrando ainda a turma dos “Sacizinhos”.
Dentro de sua permanência na ilha “Caco Velho”, compôs em parceria com Amaral Junior a canção “Bravo”; em homenagem pela vitória na III-Regata Lisboa-Madeira, dos velejadores “Os Cinco do Bravo” em uma grande festa no “Cassino da Madeira”.
Show com “Caco Velho”, no Cassino da Madeira, “Noite Luso-Brasileira”, show internacional com o “Fantasista Brasileiro”; na Pérola do Atlântico, “Caco Velho”, ajudou a revelar vários artista.
Vindo em outra escapada até Lisboa, visita uma grande amiga, “Maysa Figueira Monjardim Matarazzo”, ao qual “Caco Velho”, foi o seu primeiro conselheiro artístico e juntamente com a mesma, concede reportagem a uma revista de circulação na cidade, “Platéia”, e aproveita para assistir ao show da velha amiga na Boite “Galeria 48”.
Mil novecentos e sessenta e nove, “Caco Velho”, sente dores e é internado em um hospital da Ilha da Madeira, com problemas estomacais, vindo a ser operado, permanecendo por algum tempo no leito, dessa casa de prática da medicina.
“Os ídolos esquecem-se, com a mesma facilidade que se criam”; mensagem esta escrita por Armindo Abreu, (jornalista) em sua coluna de jornal; o mesmo que fez uma grande reportagem, quando da chegada de “Caco Velho” a esta maravilhosa ilha.
O “Sambista Infernal”, com o passar dos dias apresentou melhoras, mas foi aconselhado por seu médico a retornar ao Brasil; seu berço esplendido, para continuar sua dieta e prosseguir o tratamento!...
Deixou todos os seus instrumentos na “Ilha da Madeira” com a esperança de retornar com a família a “Perola do Atlântico”.
Dezembro de 1969, chegou em São Paulo, após cinco longos anos no exterior; abre a porta de casa, com sua própria chave e entra, a filha Elizabeth, que estava sentada no sofá, leva um grande susto, pois nem se lembrava do pai.
O Teatro Municipal de São Paulo, organiza e apresenta em 14-12-1969 “Homenagem a Caco Velho”, com orquestras, cançonetistas, atores, locutores e som; reverenciando o artista brasileiro de variedades.
Ano seguinte, um pouco mais recuperado, volta a apresentar shows na vida noturna. Boate “La Fontains”(Francesa), na Avenida Angélica, em São Paulo; algumas passagens pela Boate “Som de Cristal”
“Caco Velho”, participa do Programa “Essa Noite se Improvisa” de “Blota Junior”; Programa de “Hebe Camargo”; Programa de “Dercy Gonçalves”; também no “Roda de Samba” da TV Globo do Rio de Janeiro.
Estréia com êxito, na Boate “Saudosa Maloca”, pertencente aos “Demônios da Garoa”, nesta paulicéia; todavia foi lembrado na imprensa escrita e na antiga coluna jornalística de “Mary Wynne”, a respeito desta estréia, pois Mary era muito atenta ao movimento artístico noturno da cidade, anunciando as novidades.
Na Rádio Tupi “Caco Velho” é homenageado no programa “Cartaz da Noite”; é homenageado ainda nos seus tempos de TV Tupi, com o Troféu “Nescafé”; uma grande empresa aérea, ofertou-lhe um diploma, como reconhecimento, devido ao grande numero de vôos. Foi atração nas apresentações do programa “Festa na Roça” de Lulu Benencase, sendo a abertura, cantada pelo “Trio de Ouro”, com a toada, “Carreteiro” (Caco Velho – Piratini).
“Caco Velho”, tinha grande vontade de retornar para a maravilhosa “Perola do Atlântico”, com toda a família, mas devido a recusa da esposa e por ocasião do casamento da sua filha “Elisa”; une a família e vai para o Estado do Espírito Santo, deixando a recém casada em São Paulo. Foi tentar seguir a profissão de massagista.
Porém logo retorna à capital paulistana, não dando certo o seu novo projeto de vida.
Entrevistado para a imprensa escrita, pelo jornalista “Oswaldo Mendes”, do Jornal Última Hora, “Caco Velho”, narra, “As Queixas do Sambista”, onde compara à Bossa Nova com o IE-IE-IE (Jovem Guarda), respeitando este ultimo, dando maior ênfase à Bossa Nova e M.P.B., elogiando a chegada dos cantores baianos, enaltecendo a riqueza nas poesias do poetinha e seu fiel maestro, no conteúdo das palavras de nossa linguagem, simultaneamente, comentado, o esquecimento das emissoras, pelos nossos grandes e eternos sambistas, lembrando de muitos nomes.
Incentivado por Dona Nirza e sua filha mais velha, o “Sambista”, vai ao programa “Almoço com as Estrelas”, de Airton Rodrigues na TV Tupi; entra em cena de surpresa, pois não era esperado. De pé, todos os que estavam a mesa, aplaudiram-o, com grande afeição. Neste programa, participava ainda, um renomado empresário de artistas, convidando “Caco Velho”, para shows em Rádio e Televisão; o “Sambista Infernal”, passa a ser mais um exclusivo do empresário “Marcos Lazaro”.
Participou do programa, “Som Livre Exportação”, da TV Globo, “Clube dos Artistas”, apresentado por “Airton e Lolita Rodrigues”, na TV Tupi. Fez ainda apresentação no Teatro da Universidade Católica (TUCA); Programa Flavio Cavalcante e inclusive diversos clubes da cidade de São Paulo. “Caco Velho”, regressa para a vida noturna; diretor artístico na “Boate Sem Nome”, na Rua Dr. Vila Nova, canta sucessos, “O Meu Fraco é Mulher”, “Marcha do Habib”, “Amélia”, “Coqueiro Verde”, outrossim novos sambas, como “Samba do Beiço Vermelho” (de Heitor Carrilho), e o “Samba do Nariz”, de própria autoria; por esse tempo, estava sem gravadora; convidou o seu primeiro genro “Adhemar”, a participar de seu conjunto nesta mesma boate, por algum tempo.
Deixa a boate acima; sendo que o genro, permanece na mesma, e o “Sambista” vai apresentar suas musicas no “A Marta” (Restaurante Húngaro); apresentações também foi feita nas boates, “Quitandinha”, “My Love”, “Jogral”, “Mondo Cane”, “Belisco” da Rua Caio Prado.
“Caco Velho”, chegou a ser convidado, para uma apresentação no programa “Silvio Santos”, mas não foi possível.
Alguns amigos de “Caco Velho”, na vida artística: Lupiscinio Rodrigues, Vilma Bentivenha, Edson Lopes, Adoniram Barbosa, Denis Brean, Elis Regina, Hebe Camargo, Triana Romero, Lurdinha Pereira, Germano Mathias, e tantos outros como Kalil Filho, Herve Cordovil, Luizir Blota, Noite Ilustrada, Airton e Lolita Rodrigues, Haroldo Maranhão, Joel de Almeida, jornalistas, políticos e tantos.
O “Sambista que tem uma cuíca na garganta”, fica enfermo e acamado, em sua casa. Recebe tratamento médico, patrocinado pelo amigo “João Barroso”. Por indicação do médico, o próprio amigo leva “Caco Velho”, para ser internado no Hospital das Clínicas de São Paulo; Em sua residência, muito doente, ainda recebeu a visita de “Haroldo Maranhão”, “Kalil Filho”, “Germano Mathias”, o fiel amigo João Barroso e assistido por “Dona Nirza”, que fazia a parte de assistente de enfermagem; era julho do ano de 1971.
No leito de numero cento e quarenta, no H.C. de São Paulo, repousa muito doente “Caco Velho”.
De presente o programa “Xênia e Você”, um televisor é enviado para o artista, no leito, o “Sambista” agradece e informa que queria assistir apresentações de sambas e que logo retornaria para ver seu publico. Recebeu a visita e presença dos familiares, amigos, músicos, imprensa, artistas de rádio e televisão; relacionando alguns:”Pery Ribeiro”, “Kalil Filho”, “Germano Mathias”, “Vicente Leporácio”, “Haroldo Maranhão”, “João Barroso”....
“Caco Velho” é operado (cirurgia) por uma excelente equipe médica, devido a agravação do problema anterior já previsto no outro continente; retornou ao leito, permanecendo medicado com acompanhamento de grandes profissionais de medicina, daquele complexo hospitalar.
A esposa está sempre ao seu lado, a filha Elisa é vetada da visita, por estar gestante da primeira neta do “Sambista”, as demais filhas tinham o acesso livre.
O hospital das clinicas, solicitava doadores de sangue, a imprensa dá o seu recado, fãs, amigos, artistas, o nosso povo atende prontamente, abastecendo o reservatório do banco de sangue desse reconhecido complexo hospitalar, até um cidadão carioca, de passagem e hospedado em Sampa o (*)Sr. “Gaspar Bissolotti Neto”, participa na doação com seu quinhão e registrou a presença.
A filha grávida, num esforço , consegue com consentimento de assistentes chegar ao pai e acalenta-lo naquela cama por quase meia hora, quando foi solicitada a deixar o local, devido ao término do tempo das visitas.
“Caco Velho”, nasceu “Matheus Nunes” em 19-03-1919, só foi registrado pelos pais em 30-04-1919, no cartório de registro civil em Porto Alegre.
“Dizem às Velhas das Praias”(conhecidos), que em algumas viagens do “Sambista” ao velho mundo; ao cruzarem a linha do Equador, via Oceano, havia grande festa a bordo do navio, onde o “Show Man”, dava o seu recado e arrecadava algumas cifras, mesmo estando em viagem, alegrando a si mesmo e os passageiros em turismo ou compromissos.
Lutou muito pela vida, mas em 14-09-1971, às 23:00 horas local, ocorreu a grande baixa no mundo do samba, para desespero da família e amigos. Tinha apenas 52 anos de idade (Cinqüenta e dois).
O velório ocorreu no cemitério do Araçá, com o pesar da família, amigos, artistas, jornalistas, “Noite Ilustrada”, “Kalil filho”, “Joel de Almeida”, “Herve Cordovil”, “Luizir Blota”, “Airton Rodrigues”, “Conjunto Águias da Meia Noite”, o compositor “João de Barro”, “Silvio Santos”, “Germano Mathias”, “Flavio Calvacante”, “Haroldo Maranhão”, Fãs, vários outros artistas da música popular.
“Figueiredo Ferraz”, então Prefeito da Cidade de São Paulo, doou à família um jazigo no cemitério de Campo Grande, no Bairro de Santo Amaro, onde ocorreu o sepultamento do “Sambista”. Acompanhou o cortejo fúnebre, uma grande multidão de pessoas.
Em 20-09-1971 dia da 1a. missa, nasceu a primeira neta de “Caco Velho”; “Adriana”, que vem a ser batizada pelo musico “Herve Cordovil”.
A composição “Mãe Preta”, adaptada “Barco Negro” de (Caco Velho e Piratini) é tocada ainda nos dias de hoje nos seguintes países: Alemanha, Angola, Austrália, Bélgica, EUA, Egito, Espanha, Índia, Inglaterra, Japão, Suíça, Suécia, Portugal e vários outros países.
Esta história da carreira musical de “Caco Velho”, nestas linhas, foram retiradas dos recortes de jornais e revistas que o próprio “Sambista” e algumas outras pela esposa, juntaram e guardaram pelos anos afora.
Rua “Caco Velho”, somente conhecida na Cidade de Guarulhos – SP, no Conjunto Residencial do Bairro Haroldo Veloso, com o CEP – 07.175-320.
Na Europa o “Sambista” também visitou a cidade de Barcelona, na Espanha, somente a passeio.
“O Sambista de Coração”, fez um grande e ótimo repertorio musical, com composições próprias, em parceria e muitas outras somente cantadas por ele. Não deixou valores em moedas, mas sim, uma vasta lista de composições não causando perdas e danos para a família. Netos e bisnetos e gerações futuras, se quiserem, poderão usufruir da literatura musical e da cultura, revelada e somada na categoria deste grande “MESTRE INIMITÁVEL”.
Da família, colaboraram para este pequeno conteúdo: a Sra “Nirza Gomes Nunes”, “Elisa C.Gomes Nunes de Andrade”, “Isabel C.Gomes Nunes Ribeiro da Silva”, “Paulo Ribeiro da Silva”, “Elisabete Conceição Gomes Nunes”, “Wilians Domiciano”, “Adriana Nunes de Sá Domiciano”, outros Sr. “Caio Ramos”, Sr. “Adhemar de Sá”, Sr. “Marinho” da Vila Mariana, Sr. “Roberto Gambardella” e demais colaboradores.
“Caco Velho”, foi incluído no movimento dos artistas pioneiros pela atriz “Vida Alves”
Nunca se soube que fim deu todos os instrumentos deixados na Ilha da Madeira.
(*) Nos comentários sobre Gaspar Bissolotti Neto, Leia-se Sr. Pedro; mas a informação foi muito útil.
OBRA – autorizada por “Nirza Gomes Nunes” esposa de “Matheus Nunes”, e família.
Eu, João Augusto Marques de Andrade, (Genro do Sambista), juntando e desbravando os recortes guardados, consegui com grande esforço, esboçar estas linhas.
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