Gilvan Chaves
CHAVES, Gilvan. (Gilvan de Assis Chaves), cantor, comp., violonista. Olinda, 20 de setembro de 1923 - São Paulo, 12 de agosto de 1986. Ainda criança, todo fim de semana promovia encontro artístico-musical para divertimento da garotada do bairro. Para um grande público, fez sua primeira apresentação como cantor, no salão do Colégio Pio X, em Olinda. Aos 17 anos aprendeu a tocar violão de ouvido e compôs sua primeira música, Tiro Errado, que não chegou a gravar. Em 1944, ingressou na Rádio Clube de Pernambuco, a convite do maestro Nelson Ferreira, tocando violão e cantando toadas e cantigas regionais no programa Divertimentos Guararapes, produzido por Ziul Matos, atuando juntamente com Sivuca, Luís Bandeira, José Tobias e, mais posteriormente, Paulo Molin.. Em 1945, atuou como vocalista em conjuntos musicais em voga à época, como Ases do Ritmo, Os Boêmios e Grupo Paraguassu. Participou, como cantor, da inauguração das Rádio Jornal do Commercio, em 1949 e Tamandaré, em 1951. Em 1952, seguiu para o Rio de Janeiro-RJ, onde atuou como intérprete de suas composições. Em seguida, rumou para São Paulo-SP, a pedido daquela platéia que já cobrava sua presença, como representante legítimo do humor e da riqueza do folclore musical nordestino, apresentando-se ali em emissoras de rádio e TV, em clubes e boates. Apresentava-se não só como cantor, mas como contador de causos (estórias humorísticas). Estreou no disco, como intérprete, em 1955, gravando Pregões do Recife, de domínio público, com arranjos de sua autoria, na fábrica de discos Mocambo. Fez sucesso Sua primeira composição gravada, foi o rasqueado Moça Bonita, em parceria com Alcyr Pires Vermelho, em selo Sinter, 1953. Seu grande sucesso nacional, foi a composição Prece ao Vento, em parceria com o mesmo Alcyr Pires Vermelho e Fernando Luís da Cascudo. Em 1975, a Rozenblit (Recife) produziu um disco com seus principais sucessos. Gilva Chaves (LP 90.002), no qual ele próprio interpreta: Casamento aprissiguido; Lá no Norte; Farinha fina; O entarte do espelho; Pregões do Recife; O gemedor; Massarico (c/ Aldemar Paiva); Cadê a bolacha (de Jurandy Borges da Costa); Meu bom; Pé de jerimum (de Rui de Morais e Silva); Vento terrá; Pastoril do Velho Cebola; Aboio. Depois do seu falecimento, no Hospital da Beneficiência Portuguesa, em São Paulo, foi satisfeito o seu último desejo: seu corpo foi cremado e suas cinzas foram lançadas em sua cidade natal, Olinda PE.
Outras de suas obras:
Morena Praieira e O Gemedor, baiões, 1955; Pastoril do Velho Cebola, adaptação, 1956; Dei ao mar para Guardar, toada, 1956; Mucambo de Páia, toada, 1956; A Vida Passou, samba, 1957; Quem é que vai?, xote, 1957; Riqueza de Pescador, côco, 1960; Fé em Deus, baião, em parceria com Oldemar Magalhães, 1960; Areia Macia, samba canção, em parceria com Ziul Matos, 1960; Gabriela, maxixe, em parceria com Jorge Amado; Cecidilha-a-ça, maxixe, em parceria com Lourival Fraga; Eu Quero Cafuné, frevo canção, em parceria com Oldemar Magalhães; Zabelê, samba, em parceria com Péricles Leal, 1970.
*Agradecimentos à Leonardo Dantas Silva pela biografia enviada.
|