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Capiba
Capiba é o apelido do mais famoso compositor pernambucano do século XX, Lourenço da Fonseca Barbosa, nascido em Surubim, em 28 de outubro de 1904, e falecido no Recife, em 31 de dezembro de 1997. Passando sua infância e adolescência na Paraíba, onde o seu pai Severino Atanásio de Souza Barbosa era mestre de banda de música, transfere-se para o Recife em 1930, como concursado do Banco do Brasil. Funda a Jazz Band Acadêmica, orquestra que o levou, em 1933, ao Rio de Janeiro, onde se apresenta no Baile do Teatro Municipal, apresentando como sucesso o maracatu É de Tororó, feito em parceria com Ascenso Ferreira. No mesmo ano, Capiba que, dez anos antes houvera composto uma música carnavalesca sob o título Vela Branca no frevo (nunca gravada), aparece com a marcha Agüenta o rojão, gravada por Breno Teixeira (Colúmbia n.º 22201, matriz 381465), fazendo grande sucesso. Ainda nesse ano, resolveu concorrer com É de amargar, em concurso promovido pelo Diario de Pernambuco para o Carnaval de 1934, conquistando assim o primeiro lugar e talvez o seu maior sucesso. Quando o disco apareceu no comércio, numa gravação de Mário Reis e os Diabos do Céu, realizada em 15 de dezembro de 1933 (RCA Victor n.º 33752-A), sua letra e melodia logo caiu no gosto do povo e assim transformou-se em um dos mais cantados frevos do carnaval pernambucano. Conquistou cinco prêmios no Concurso de Músicas Carnavalescas, promovido em 1935 pelo Diario de Pernambuco e Federação Carnavalesca Pernambucana. Na ocasião foi premiado com o frevo-canção Tenho uma coisa para lhe dizer, gravado no mesmo ano pela RCA na voz de Leda Baltar, seguindo-se dos maracatus É de Tororó e Rainha da festa, do frevo-de-rua Vamos pro frevo e do frevo-canção Cai n’água tristeza; este último gravado em 1936, por Araci de Almeida, sob o título, Manda embora essa tristeza (RCA Victor n.º 34019, matriz 80068); durante os sessenta anos que se seguiram, Capiba continuou sendo o mais executado compositor do carnaval pernambucano. Para Guerra Peixe é Capiba o mais completo compositor do Norte, na sua época, lembrando tê-lo conhecido no final dos anos quarenta, quando chegou ao Recife para trabalhar no Rádio Jornal do Commercio: “Ele estudou comigo. Aprofundou seus conhecimentos musicais, a ponto de compor obras eruditas para flauta, que foram executadas no Chile e na Argentina. Hoje é um músico completo, mas continua estudando, trabalhando e pesquisando. E Capiba, na minha opinião, não é apenas um músico sumamente importante dentro do panorama da música popular brasileira. Antes de mais nada é um artista que se interessa a por tudo quanto acontece no campo da arte, no Brasil e no mundo. Não é apenas o autor de frevos memoráveis e outros tipos de música que marcaram época. Transcende tudo isso. É um homem culto, humilde, pesquisador incansável, eclético: tanto aprecia um samba-canção, como sabe ouvir música erudita. Beethoven é uma de suas manias.[...] Há um fato interessante ligado à vida de Capiba, como mestre de orquestra: foi ele quem lançou, em pleno carnaval carioca, o sistema da orquestra tocar sem parar, sem intervalos que interrompiam o baile de carnaval [1933]. E, por falar em carnaval, Capiba é um compositor tão ligado ao gosto do povo, que é praticamente o campeão dos carnavais pernambucanos dos últimos trinta anos”. (in Nova história da música popular brasileira – Capiba e Nelson Ferreira. Rio: Ed. Abril, 1978).
*Agradecimentos à Leonardo Dantas Silva pela biografia enviada.
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