Sergio Reis
23/6/1940 São Paulo, SP
Cantor. Compositor. Quando adolescente trabalhou com o pai na fábrica de papelão de propriedade do avô. Os três e mais um tio de nome Henriquinho eram assíduos ouvintes do programa Na Beira da Tuia, de Tonico e Tinoco, na Rádio Nacional. Ganhou dos pais uma viola Giannini e aos 16 anos passou a cantar em programas de rádio e casas noturnas, interpretando músicas do repertório de Lucho Gatica, Trio Los Panchos, Cauby Peixoto, Pepino di Capri e Sérgio
Endrigo.
Em 1958, apresentou-se no programa de Enzo de Almeida Reis, transmitido pela Rádio Bandeirantes. Sua primeira apresentação na televisão foi no programa Calouros Toddy, apresentado na então TV Paulista, atual Globo, por Jaime Moreira Filho, interpretando o sucesso de Cauby Peixoto "Conceição". Por essa época adotou o nome artístico de Johnny Johnson, formando um trio com Márcio e Ronaldo, que mais tarde formariam o conjunto "Os Vips", e que naquela ocasião adotaram os nomes artísticos de Jet Williams e Ronald Red. Ainda em 1958 foi levado por Enzo de Almeida Passos para a Chantecler, sendo apresentado ao produtor Palmeira, que, entretanto, estando à procura de um cantor de boleros, não gostou muito do pseudônimo usado por Sérgio e resolveu trocá-lo, acrescentando o Reis do sobrenome materno ao seu primeiro nome. Em 1961, gravou seu primeiro disco, um 78 rpm com o bolero "Enganadora", de Umberto Silva, Luiz Mergulhão e Souza Lima, e o rock balada "Será", de Valdemar Espínola Garcia. O disco não obteve maiores repercussões e, no ano seguinte, gravou ainda pela Chantecler o rock "Lana", de Roy Orbison e Joe Melsen, em versão de Carlos Alberto, e o calipso "Porque sou bobo assim", de Keller, Hunter, Osvaldo Scaldelay e Jair Fernandes. Em 1967, foi levado pelo produtor Tony Campelo que procurava novos compositores, para um teste na Odeon. Passou no teste e gravou um compacto acompanhado pelo conjunto Jet Blacks, com quatro composições suas: "Coração de papel", "Nuvem branquinha", "Fim de sonho" e "Qual a razão". A música "Coração de papel"tornou-se um grande sucesso, levando-o a apresentar-se na TV Record nos programas da Jovem Guarda. No mesmo ano recebeu o Troféu "Chico Viola" por "Coração de papel". No ano seguinte, gravou "Anjo Triste", que, entretanto, não obteve grande repercussão. Em 1972, retornou às paradas de sucesso com a gravação de "O menino da gaita", versão de sua autoria para a composição do espanhol radicado nos Estados Unidos, Fernando Arbex. Com a música em primeiro lugar, apresentou-se no programa Globo de Ouro da TV Globo. Em 1973, ao fazer um show na cidade mineira de Tupaciguara, observou que, ao terminar de se apresentar, um conjunto local subiu ao palco e tocou "O menino da porteira", de Teddy Vieira e Luisinho, que animou vivamente a platéia. No show seguinte, incluiu em seu repertório "O menino da porteira" e "João de Barro", de Teddy Vieira e Cesar Cury, que acabou tendo que ser bisada por quatro vezes. Em 1973, gravou "O menino da porteira", que se tornou um enorme sucesso na sua voz. A partir de então passou a se dedicar ao repertório sertanejo. Ainda no mesmo ano sua composição "Eu sei que vai chegar a hora" obteve grande sucesso no México, na Argentina e no Peru. Em 1974 gravou com sucesso "João de Barro". No ano seguinte, lançou um disco que reunia diversos clássicos da música sertaneja, "Saudade da minha terra", que, além da música título, de Goiá e Belmonte, trazia ainda, entre outras, "Coração de luto", de Teixeirinha, "Mágoa de boiadeiro", de Nonô Basílio e Índio Vago, "Pingo d`água", de João Pacífico e Raul Torres, "Chalana", de Mário Zan e Arlindo Pinto, e "Rio de lágrimas", de Lourival dos Santos, Tião Carreiro e Piraci. Com o LP "Saudades de minha terra", recebeu Disco de Ouro. Em 1976, participou do filme "Menino da porteira", com direção de Jeremias Moreira Filho, que bateu recordes de audiência, sendo que a trilha sonora, lançada no ano seguinte, lhe rendeu mais um Disco de Ouro. Em 1977, participou e fez a trilha sonora do filme "Mágoas de boiadeiro", de Venceslau M. Filho. Em 1982, participou da novela "Paraíso", na TV Globo, interpretando o papel de peão-violeiro. Em 1983, participou de seu último filme, "Filho adotivo", de Deni Cavalcanti, cuja música título, de Artur Moreira e Sebastião F. da Silva, se tornou um sucesso. No mesmo ano lançou um de seus maiores sucessos, "Panela velha", de Moraezinho e Auri Silveira. Em 1984 gravou "Adeus Mariana", de Pedro Raimundo e no ano seguinte, "É disso que o velho gosta", de Berenice Azambuja e Gildo Campos, que se tornaram sucessos em sua voz. Em 1987, obteve outro grande sucesso com a gravação de "Pinga ni mim". Em 1990, participou da novela "Pantanal" na TV Manchete, formando dupla com o violeiro Almir Sater, com quem dividiu a trilha sonora da novela. No mesmo ano lançou disco com a trilha sonora da novela com destaque para "Trem do Pantanal" de Paulo Simões e Geraldo Roca, "Cavalo preto" de Anacleto Rosas Júnior e "Sinfonia Pantaneira", de sua autoria e Mário Maranhão. Em 1995, participou do disco "30 anos da Jovem Guarda". Em 1996, participou da novela "O rei do gado", atuando novamente ao lado de Almir Sater, com o qual formou a dupla "Saracura e Pirilampo", especialmente para as apresentações na novela. No mesmo ano participou do CD "Clássicos sertanejos" de Chitãozinho e Xororó, interpretando a composição "Chitãozinho e Xororó", de Athos Campos e Serrinha. Ainda nos anos 1990 participou do CD "Saudades de Tião Carreiro", interpretando "Pretinho aleijado". Lançou também o disco "Boiadeiro", onde interpretou, entre outras, "Rei do gado", de Teddy Vieira, "Disparada", de Geraldo Vandré e Théo de Barros, "Sina de violeiro", de Renato Teixeira, e "João Carreiro", de Raul Torres. Em 1997, estreou aos domingos o programa "Sérgio Reis do tamanho do Brasil" na TV Manchete. Em 1999, passou a apresentar também aos domingos o programa "Sérgio Reis" no SBT. Em seus discos, mistura violas, berrantes, sanfonas, guitarras, flautas, gaitas, violinos etc, interpretando músicas de sua autoria e clássicos da música sertaneja, o que já lhe rendeu 41 discos gravados e mais de 16 milhões de discos vendidos. Em 2001 gravou "Nossas canções", seu 43º disco, no qual interpreta apenas músicas gravadas ou compostas por Roberto Carlos, como "Abandono", "Custe o que custar", "A namorada" e "Vivendo por viver".
Coração de papel • Eu sei que vai chegar a hora • Fim de sonho • Meu amor ante tudo (c/ M. de Jesus) • Nuvem branquinha • Peão de boiadeiro (c/ Almir Sater) • Qual a razão • Sinfonia pantaneira (c/ Mário Maranhão)
• Enganadora/Será (1961) Chantecler 78
• Lana/Porque sou bobo assim (1962) Chantecler 78
• Meu coração ante tudo/Um coração que sofre (1963) Continental 78
• Coração de papel (1967) Odeon CD
• Anjo triste (1968) Odeon CD
• O menino da gaita (1972) RCA LP
• O menino da porteira (1974) RCA LP
• Saudade da minha terra (1975) RCA-Victor LP
• Retrato do meu sertão (1976) RCA LP
• O menino da porteira (1977) RCA LP
• Mágoa de boiadeiro (1978) RCA LP
• Bandeira do divino (1979) RCA LP
• Lobo da estrada (1980) RCA LP
• Boiadeiro errante (1981) Som Livre LP
• O melhor de Sérgio Reis (1982) Som Livre LP
• A sanfona do menino (1982) Som Livre LP
• Panela velha (1983) RCA LP
• Sérgio Reis, talento (1983) BMG LP
• Adeus, Mariana (1984) RCA LP
• É disso que o velho gosta (1985) RCA LP
• Filho adotivo (1986) RCA LP
• Pinga ni mim (1987) RCA LP
• Viajante solitário (1988) RCA LP
• Pantaneiro (1990) RCA LP
• Toda a vez que a gente encontra um novo amor (1991) BMG LP
• Casamento é uma gaiola (1992) Continental LP
• Ventos uivantes (1994) Continental CD
• Sérgio Reis-Acervo Especial (1994) Continental CD
• Marcando estrada (1995) Continental CD
• Os originais: Jovem Guarda (1996) EMI-Odeon CD
• Boiadeiro (1996) BMG CD
• Rei do gado-vol. II: Pirilampo e Saracura (1996) Som Livre CD
• Vida violeira (1997) Virgin CD
• Nossas canções (2001) CD
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