Carreirinho
CARREIRINHO (Adauto Ezequiel).
Cant., comp. Bofete SP 21/10/1921-. Aos sete anos cantou uma modinha de sua autoria numa comemoração escolar de fim de ano, recebendo de presente uma viola. A partir de então, passou a apresentar-se em festinhas, cantando e tocando. Em 1946 estreou profissionalmente ao lado de Ferraz, atuando nos circos que passavam pela cidade de Sorocaba SP. Seguiu depois para São Paulo SP, onde se apresentou na Rádio América. Mais tarde, transferiu-se para a Rádio Record, ali atuando com novo parceiro, o investigador de polícia José Stramandinoli (Zé Pinhão), com quem formou a dupla Zé Pinhão e Pinheiro, que passou a participar do programa Sítio do Bicho-de-Pé até 1947, ano em que se separaram. Nessa época, propôs parceria a Lúcio Rodrigues, que cantava com Fortaleza. Formaram então uma dupla cujo nome foi escolhido em concurso popular entre os ouvintes da Rádio Record: Zé Carreiro(Lúcio) e Carreirinho (Adauto). Em 1950 Tonico e Tinoco, que eram contratados da Continental, se interessaram pelo cururu O canoeiro (Zé Carreiro), música que vinha marcando as apresentações da dupla iniciante. Mediante acordo com o diretor da gravadora, consentiram na gravação de Tonico e Tinoco, conseguindo em troca gravar o primeiro disco, com O canoeiro e Ferreirinha (de sua autoria). O sucesso desse lançamento levou a fábrica a contratá-los. Seis anos depois, a dupla lançou, pela Copacabana, Crianças do meu Brasil (com José Fortuna) e Jamais seremos esquecidos (de autoria da dupla), e, no ano seguinte, pela Victor, Sinhá Maria, versão sertaneja da composição de René Bittencourt do mesmo nome, e Buquê de flor (da dupla). Em 1958, depois de dez anos de atuação na Rádio Record e de gravar diversos discos, Zé Carreiro teve de se afastar da vida artística por surdez. Formou, então, com José Dias Nunes, nova dupla, Tião Carreiro e Carreirinho, que gravou em 1958, pela Continental, Rei do gado (Teddy Vieira), Mariposa do amor (Canhotinho e Torrinha), Pirangueiro e Saudade de Araraquara (ambas de Zé Carreiro), e Despedida de solteiro (com Zé Fortuna). Depois a dupla gravou pela RCA algumas composições de gênero mais sentimental, com Madalena, O beijo (ambas de sua autoria) e Esqueça a sua Maria (Raul Torres e João Pacífico). Em 1962 lançou, com Zé Carreiro, pelo selo sertanejo da Chantecler Meu carro e minha viola (com Mozart Novais), faixa que deu nome ao LP, Boi cigano (Tião Carreiro e Pião Carreiro) e Terra roxa (Teddy Vieira), entre outras. No mesmo ano, apareceu num LP lançado pela Chantecler em homenagem à antiga dupla com Zé Carreiro, relembrando sucessos como Canoeiro, Ferreirinha e Pirangueiro (Zé Carreiro). Afastando-se de São Paulo, só voltou a gravar mais tarde, com sua nova parceira na dupla Carreirinho e Zita Carreiro (Iracema Soares Gama), que lançou pela Continental, no selo Cartaz, Flor de minha vida (com Zé Matão), Saudade (com Caboclo), Encontro fatal (com J. Vicente), Vem meu amor (com J. Vasco) e Mundo vazio (com Pardinho). Em 1974, a nova dupla gravou na Chantecler um pot-pourri intitulado Recordando Zé Carreiro, além de outras músicas, como Deus é meu guia (com Zuza), Saudade do nosso amor (Teddy Vieira e Tião Carreiro), Rincão de nossa terra (sua autoria), Cão fiel (Zé Godói e Biguá), Tormento da noite (Cafezinho e Nhô Juca). No ano seguinte, a dupla gravou na Carmona, Formigueiro de gente e Policena, além de Palhaço (com Miguel Santiago), em homenagem aos palhaços. Em 1979 a Secretaria de Cultura da prefeitura de São Paulo homenageou a dupla com uma festa realizada no ginásio de esportes do Sport Club Corinthians Paulista; em 1980, em Curitiba PR, receberam uma placa de Honra ao Mérito dos artistas paranaenses.
Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977. 3p.
O texto acima não representa a biografia completa do artista, mas sim, partes importantes de sua vida e carreira.
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