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Curiosidades
Histórias do Carnaval Parte XV

Ensaios de Carnaval por Leonardo Dantas Silva
OLHA O FREVO!


UMA MULTIDÃO SE DESLIZA, SE COLA, SE ENCONTRA, SE ROÇA, SE ENTRECHOCA, SE AGARRA

O frevo como música tem sua origem no repertório das bandas militares em atividade na segunda metade do século XIX no Recife. O maxixe, o tango brasileiro, a quadrilha, o galope e, particularmente, o dobrado e a polca, combinaram-se, fundiram-se, dando como resultado o frevo, criação do carnaval do Recife ainda hoje em franca evolução musical e coreográfica.
Do verbo ferver originou-se o vocábulo frevo, no que são concordes todos os estudiosos do assunto. Mas vale lembrar a observação de José Antônio Gonsalves de Mello, em depoimento pessoal, quando chama a atenção da presença do verbo, em sua forma de pronúncia usada pelas camadas menos letradas da população, frever, em autos populares. Exemplo dessas manifestações, ainda no século XVIII, nos é dado por Francisco Pacífico do Amaral, em Escavações (Recife 1884), ao relatar as festas em homenagem ao governador José César de Menezes, ocorridas em 19 de março de 1775, quando dois "eremitas", Antão e Barnabé, cantam dentre tantas essa quadrinha: "Dizei bem, vá de função,/ Ferva o meu Padre a folia/ Bebamos, que a tudo chegam/ As esmolas da caixinha".
O mesmo pesquisador chama a atenção para o conto de Luís de Guimarães Júnior (1845-1898), publicado no Diario de Pernambuco de 8 de fevereiro de 1871, sob o título "A alma do outro mundo. Conto do Norte". O conto tem o Recife como cenário, tecendo o seu autor, então estudante da Faculdade de Direito do Recife, comentários sobre o que ele denomina de "samba do Norte":
"O samba de roda do Norte é uma coisa digna de se ver. As toadas das cantigas em desafio prendem d`alma e provocam os sentidos. Há certa poesia selvagem naquelas danças características, entrecortadas de moda e trovas, que revela exuberantemente o mundo de sentimento da alma rude e ingênua do povo!."
No seu texto o autor transcreve várias estrofes dos cânticos, fazendo referências a Tertuliano, a quem chama pelo apelido, Teto, descrevendo-o como "um rapaz magro, amorenado, como por lá diziam, de olhos vivos e cintura delgada. Morava em Olinda; nas redondezas de 40 léguas não se começava um samba sem ele chegar. - `Ferva o samba minha gente! Entra na roda, Teto!" - Dançava como um corisco e pulava como um macaco! Corta jaca, Teto! O passo da tesoura! O passo da tesoura! O caranguejo!".
Derivado de fervorescente, efervescente, ferver - palavras então conhecidas popularmente como frevorescente, efrevescente e frever -, o frevo lembra ainda, segundo Luís Câmara Cascudo, in Locuções tradicionais no Brasil (1977), "confusão, movimentação desusada, rebuliço, agitação popular", ou ainda, para Pereira da Costa, in Vocabulário Pernambucano, "apertões de grande massa popular no vaivém em direções opostas, como pelo carnaval, e nos acompanhamentos de procissões, passeatas e desfilar de clubes carnavalescos".
O outro registro do vocábulo, "atribuído como uma criação do cronista Paula Judeu", Osvaldo da Silva Almeida(1882-1954), surge no mesmo Jornal Pequeno, de 12 de fevereiro de 1908, na coluna Carnaval, assinada por aquele jornalista com o pseudônimo Pierrot, a partir de 31 de janeiro daquele ano. Em sua edição de 22 de fevereiro de 1909, o Jornal Pequeno traz na sua primeira página uma interessante gravura de autor desconhecido com a frase "Olha o Frevo", anunciando desta maneira os festejos carnavalescos daquele ano. Pereira da Costa, em seu Vocabulário Pernambucano, assim comenta: "O termo frevo, vulgaríssimo entre nós, apareceu no carnaval de 1909: Olha o Frevo!, era a frase de entusiasmo que se ouvia no delírio da confusão e apertões do povo unido, compacto, ou em marcha acompanhando os clubes".
Na segunda década deste século, o vocábulo e seus derivados aparecem com freqüência no noticiário carnavalesco da imprensa do Recife:
"O apertão do frevo, nesse descomunal amplexo de toda uma multidão que se desliza, se cola, se encontra, se roça, se entrechoca, se agarra"(Jornal do Recife, n.º 65, 1916).
Ou nesses versinhos: "O frevo que mais consola,/ O que mais nos arrebata, / É o frevo que se rebola / Ao lado de uma mulata"(Diario de Pernambuco n.º 66, 1916).
"Os rapazes souberam arranjar uma orquestra tão boazinha, que vem dar uma vida extrapiramidal ao rebuliço do frevo"(O Estado de Pernambuco, n.º 48, 1914).
"O clube levará um dos seus carros com uma pipa do saboroso binho berde para distribuir com o pessoal da frevança"(Jornal Pequeno n.º 39, 1917).
"Do mundo a gente se esquece / Pinta a manta, pinta o bode, / E se o frevar recrudesce /Mais a gente se sacode"(Diario de Pernambuco n.º 66, 1916).
Rodolfo Garcia, no seu Dicionário de Brasileirismos (Peculiaridades Pernambucanas), transcrevendo o n.º 32 de A Província, Recife 1913, assim registra:

O Frevo, palavra exótica
Tudo que é bom diz, exprime,
É inigualável, sublime,
Termo raro, bom que dói...
Vale por um dicionário,
traduz delírio, festança,
udo salta, tudo dança,
tudo come, tudo rói...

SUPLEMENTO CULTURAL
Diário Oficial. O Estado de Pernambuco.
Ano X. Fevereiro de 1997.

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